Contagem dos exames nacionais como aferições para as escolas teste do sistema de exames digitais
Para: Ministro da Educação, Instituto de Avaliação Educativa I.P.
Exmo. Sr. Ministro da Educação,
Exmo. Sr. Presidente do IAVE,
Situação:
Na sexta-feira anterior à redação desta petição pública, dia 16 de junho de 2023, diversas escolas do país realizaram o exame nacional de 9º ano, disciplina de matemática, através do programa "Intuitivo".
Durante a realização do exame (e até antes) surgiram diversas instabilidades a nível da rede de internet das escolas, popularmente conhecida como "minedu". Esta falhou diversas vezes, levando a que alguns alunos perdessem tempo precioso para a realização do exame e, também, a erros dentro do programa "Intuitivo", o qual não registou algumas das respostas dos alunos, acabando alguns destes por ficarem com o exame incompleto. Determinadas situações demoraram mais de 25 minutos a serem resolvidas, como é reportado por alunos de diversas escolas através das redes sociais.
A própria plataforma de realização dos exames revelou-se instável e pouco polida. Em algumas situações, esta:
- não registava respostas, mesmo após diversas tentativas de o fazer;
- não avançava para as questões seguintes;
- não registava as respostas das questões anteriores após os alunos avançarem para as próximas.
Além disso, o sistema requer que os alunos insiram determinados símbolos matemáticos e equações através do rato dos seus computadores, um de cada vez, provocando ainda mais demoras e constrangimentos durante a resolução da prova.
Estas dificuldades constituem apenas um dos grupos de situações relatadas com a plataforma, as quais consomem tempo profundamente necessário para a realização do exame e que somente servem para dificultar a vida dos alunos. Notamos, também, que alguns destes problemas mantiveram-se durante os curtíssimos períodos de tempo nos quais a internet funcionou devidamente.
Nenhum destes constrangimentos foi verificado nas escolas que realizaram o exame através de métodos tradicionais, proporcionando aos alunos destes estabelecimentos uma vantagem injusta sob os alunos que serviram como cobaias deste novo sistema.
Consequências:
Instalou-se o descalabro, o medo e a ansiedade entre os alunos que utilizaram o sistema, alguns dos quais recorreram às redes sociais para exporem as suas preocupações. Em poucas horas, o termo "IAVE" já estava na área de destaque do Twitter em Portugal, com mais de 10500 tweets relativos quer à dificuldade do exame, quer às dificuldades enfrentadas pelos alunos que o realizaram em suporte digital.
Alunos que obtiveram níveis positivos ou até máximos e que necessitam da nota ou para transitar de ano ou para atingirem as médias pretendidas são agora confrontados com a inevitável descida das suas médias/avaliações devido a circunstâncias que lhes são totalmente alheias.
As preocupações são partilhados pelos pais e encarregados de educação dos alunos, que são agora confrontados com a possível descida das notas finais dos educandos e que buscam soluções rápidas para este problema.
Realçamos novamente que este tipo de situações não aconteceram nos estabelecimentos de ensino que optaram por utilizar os métodos tradicionais, prejudicando de forma geral as comunidades estudantis que realizaram o exame através dos computadores e fornecendo uma vantagem injusta às escolas utilizadoras do suporte em papel, provocando uma gigantesca injustiça social que deverá ser imediatamente resolvida pelas entidades competentes.
Este tipo de situações já tinham sido previstas pelo Exmo. Sr. Presidente do IAVE, como verificado em:
https://www.jn.pt/nacional/responsavel-pela-avaliacao-diz-que-nao-ha-condicoes-ideais-para-exames-digitais--16274546.html
Resolução proposta e subscrita por esta petição:
O desejo popular entre os alunos que realizaram o exame nacional em suporte digital é a contagem destas provas somente como aferições, removendo o seu peso sobre as notas finais dos alunos e eliminando a injustiça gerada pela não generalização desta experiência entre todas as escolas do país, injustiça essa que afeta de forma avassaladora um grupo de alunos que não consentiu à utilização deste sistema e que acarta agora com as suas consequências (esta solução aplicar-se-á somente nas escolas piloto do sistema)
Propõe-se, também, ao Ministério da Educação e ao Instituto de Avaliação Educativa que, no caso das escolas piloto, os exames só façam parte da nota final dos alunos que não alcançaram níveis positivos nas disciplinas a serem avaliadas em exame e que tiraram nota positiva (superior a 50%) na prova, possibilitando que estes subam a sua nota final e/ou que transitem para o ensino secundário.
Finalização:
É em nome da verdadeira justiça social e educativa que os abaixo assinados, ao subscreverem esta petição, declaram o seu apoio pelas propostas de resolução apresentadas na secção acima ao Ministério da Educação e ao IAVE, aguardando pacientemente uma resolução deste problema antes da apresentação das notas finais por parte das escolas.
Contamos com a vossa cooperação - o futuro depende de nós,
União Geral de Estudantes - Concelho de Valongo
17 de junho de 2023
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Actualização #3 Opinião do Professor João Tilly
Criado em 18 de junho de 2023
O Professor João Tilly, que também participa em algumas situações de ativismo social, apresentou a sua opinião pública do Exame Nacional de Matemática de 9º ano 2023. O Dr. Tilly vem comprovar aquilo que foi apontado pela UGE e pelos alunos, e, quando um exame é difícil até para os professores, é mais difícil ainda para os alunos, e é ainda pior se for feito numa plataforma instável e em um ambiente abrasivo, como foi o caso em diversas escolas do país.
O vídeo de opinião do Dr. Tilly pode ser verificado na aba dos links.
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Actualização #2 Relatório dos professores comprova o caos
Criado em 17 de junho de 2023
O relatório deliberado pela Associação Nacional de Professores de Informática, ainda em maio, comprova o caos instaurado durante a realização das provas, relatando situações de erros técnicos na plataforma, na internet e a generalização de um ambiente de stress e pressão entre os alunos. O relatório encontra-se disponível na aba dos "links" desta mesma página.
A ANPRI realça que:
"[os alunos] Realizaram uma prova de aferição num ambiente de pressão e stress, alguns provavelmente não fizeram as questões com a devida atenção, especialmente os bons alunos que se preocupam em dar o seu melhor."
"Qualquer professor que implementasse um momento de avaliação, na sua aula, com este ambiente, no dia seguinte teria os encarregados de educação na direção da escola a fazer queixas e as direções, em muitos casos, a pedir satisfações ou a ameaçar com processos disciplinares (...) Este não é, não pode ser um ambiente de aferição ou de qualquer outra prova. Se compararmos este ambiente ao rigor exigido nos exames nacionais, não há palavras para o descrever."
Não está claro se o governo nacional e o Ministério da Educação tiveram acesso a este relatório e/ou se este foi devidamente analisado por estas entidades, no entanto, a UGE destaca o facto de que mesmo com estes avisos prévios, pouco ou nada foi feito de modo a alterar esta situação, realçando ainda mais a irresponsabilidade do ME e do governo, irresponsabilidade essa cujas consequências são agora acartadas pelos alunos, até porque um sistema que falhou nas provas de aferição em maio jamais poderia ser implementado nos exames nacionais poucas semanas depois.
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Actualização #1 A que mais cresce...
Criado em 17 de junho de 2023
Atualmente, somos a petição que mais cresce na página peticaopublica.com.
Ainda não atingimos o nível de assinaturas pretendidas, mas iremos continuar a lutar pelo nosso futuro e pela verdadeira justiça social.
Agradecemos, solenemente, a todos aqueles que votaram e divulgaram a petição.
A união faz a força e a nossa luta continua! Juntos, iremos resolver esta situação!
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Assinaram a petição
875
Pessoas
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