Pelo asfaltamento da N352 entre o Castelejo e a Eirinha-Paradanta
Para: Infraestruturas de Portugal IP; Estado Português, Assembleia da República
A Beira Interior é, cronicamente, uma região do país que sofre dos efeitos da distância que a separam de Lisboa e que, vítima de uma lógica em que a gestão na perspectiva economicista se vai sobrepondo à razão do servir da população, se vê cada vez mais vazia de serviços. ^
À medida que os serviços essenciais vão ficando cada vez mais distantes das comunidades das pequenas aldeias que vão teimosamente resistindo, cria-se o paradoxo de uma rede de transportes públicos manifestamente insuficiente para as necessidades dos habitantes deste Interior esquecido ou, como acontece na aldeia do Vale d’Urso, freguesia do Souto da Casa, praticamente inexistente.
Apesar do paliativo da criação do transporte a pedido – que se saúda, pois, a quem não tem nada, o pouco parece muito – os habitantes desta aldeia e dos demais lugares que se situam a Oeste da sede da freguesia do Souto da Casa (Vale Mendinho, Courela, Casal de Álvaro Pires e até a aldeia da Paradanta já no concelho de Castelo Branco) vêem-se na necessidade de recorrer aos seus próprios meios de transporte rodoviário para deslocações diárias, para irem para o trabalho, por exemplo, ou para quaisquer necessidades mais urgentes.
Esta realidade, já de si difícil, seria mais suportável se pudesse dispor de uma estrada digna desse nome, que oferecesse um mínimo de condições para uma deslocação segura e confortável. Infelizmente, a realidade de Estrada Nacional 352 no troço entre o Castelejo e o limite do concelho do Fundão na direção da Paradanta é precisamente o oposto daquilo que deveria ser.
Com um perfil já de si sinuoso pela orografia do vale, esta estrada tem um piso em estado cada vez mais intransitável, tanto pela sua crónica irregularidade como pelo crescente número de buracos que se vão abrindo pela força das intempéries, sendo hoje uma via onde a circulação automóvel é cada vez mais perigosa.
Os cidadãos servidos por este troço da Estrada Nacional 352 sentem-se – legitimamente – vítimas de um abandono incompreensível por parte das entidades responsáveis, um abandono que dura há décadas e que é urgente resolver.
Nesse sentido, e por ser uma questão de justiça social e segurança rodoviária, os subscritores desta petição vêm por este meio apelar à Infraestruturas de Portugal IP e ao Estado Português para que se avance com a necessária e urgente pavimentação do troço de 7km da Estrada Nacional 352 entre Castelejo e o lugar da Eirinha, na fronteira entre os concelhos do Fundão e de Castelo Branco.