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Não a Grandes Projetos Hoteleiros para a Aldeia do Meco ( NOVA PETIÇÃO )

Para: Exmos. Srs.: Presidente da República, Presidente da Assembleia da República, Presidente da Camara Municipal de Sesimbra, Ministro do Ambiente e da Ação Climática, Ministra da Coesão Territorial, CCDR LVT

Em defesa do Meco pedimos que se respeitem a dimensão e características da Aldeia quando do licenciamento de projetos turísticos.
Na pequena Aldeia do Meco converteram-se vastas áreas protegidas integradas no Sítio de Interesse Comunitário Arrábida/Espichel em “Zona Turística”, abrindo portas à implantação de 4 projetos turísticos (Aparthotéis, Aldeamentos, …). Ao todo são cerca de 600 fogos, entre moradias e prédios de apartamentos com 2 e 3 pisos, e mais de 1800 camas para uma aldeia que, à data do Censos 2011, tinha 337 habitantes e 205 habitações!
Quem conhece a Aldeia do Meco há vários anos sabe o quanto mudou.
Tem sido enorme a pressão de diversas entidades com vista à construção de grandes empreendimentos imobiliários.
Até à data têm-se conseguido evitar esses projetos e a aldeia tem crescido de uma forma mais equilibrada e sustentável, com a construção de habitações unifamiliares e, mais recentemente, de pequenos condomínios que não alteram significativamente as características demográficas, paisagísticas, ambientais e socioeconómicas desta zona que – recorde-se – se encontra integrada no Sítio de Interesse Comunitário (SIC) Arrábida/Espichel.

Essa realidade parece estar prestes a mudar.

Junto à aldeia, a caminho da Praia das Bicas, de ambos os lados da estrada, existem matas com áreas significativas, que alternam zonas de pinheiro manso e bravo, sobreiros espontâneos com vegetação rasteira típica da região da Arrábida e Espichel. Casos da Mata dos Cardosos e da Mata do Rio da Prata, zonas preservadas até hoje.

Neste momento, para essa área, existem pelo menos três projetos imobiliários em diferentes fases de licenciamento, que visam a implantação de unidades turísticas de grandes dimensões

Na Mata dos Cardosos já existem movimentações no terreno com vista à vedação da propriedade. A empresa TURIMECO pretende aí implantar o Aparthotel “Pinhal do Atlântico”, que consiste em 23 prédios de 3 pisos, que perfazem 411 unidades de alojamento com capacidade para 1168 camas; edifício de recepção com SPA, 3 restaurantes, piscinas, bares, campos de jogos, parque infantil, espaços comerciais…

Mas há outros projetos previstos para toda esta zona:
- Aldeamento Turístico “Pinhal da Prata” – Mais um projeto da TURIMECO, este com 95 fogos, 53 apartamentos em prédios de 2 pisos e 42 moradias, totalizando 360 camas, localizado no Pinhal do Rio da Prata
- Empreendimento Turístico na Rua do Casalinho – 58 fogos previstos, dos quais 50 inseridos em prédios de apartamentos e 8 moradias, que totalizam 212 camas

- À saída da Aldeia, em direção ao Cabo Espichel, anuncia-se a construção do Empreendimento MecoMar – 36 Unidades de Alojamento, cerca de 92 camas.

A magnitude destes projetos, caso se concretizem, representará uma aberração ambiental
Quando tanto se fala – e bem – no problema das alterações climáticas, onde ficam as preocupações ambientais e paisagísticas com empreendimentos desta dimensão?
A sua construção terá um impacto brutal na conservação da biodiversidade, ao nível da poluição do ar e do ruído, bem como na impermeabilização dos solos, produção de resíduos urbanos, e sobre os recursos hídricos já de si escassos durante o Verão. Tudo isto sem falar no estrangulamento dos acessos e do estacionamento já difíceis hoje em dia.
Onde irão estacionar todos os veículos dos ocupantes dos empreendimentos quando as pessoas se deslocarem à aldeia para fazer compras ou tomar uma refeição? Que espaços restam à população para passear, fazer piqueniques em família, andar de bicicleta ou apenas espairecer e gozar da qualidade de vida de que até à data sempre dispuseram?

Um dado parece evidente: A Aldeia do Meco não tem escala para projetos desta envergadura! Construir blocos de apartamentos em pacatas zonas de moradias constiui um desfigurar da identidade natural do território que não tem retrocesso. Urge respeitar o enquadramento paisagístico da zona envolvente e evitar o elevado custo ambiental que os empreendimentos supracitados terão.

É neste sentido que se apela ao vosso apoio, esperando que juntos consigamos evitar este descalabro ambiental.



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Esta petição foi criada em 26 abril 2021
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