Pela reabertura do troço ferroviário Guarda-Belmonte-Covilhã
Para: REFER, Presidente da República, Primeiro-Ministro, Assembleia da República e demais órgãos competentes
Com o intuito de iniciar alguma pressão junto das entidades competentes, e fomentar mentalidades daqueles que (des)governam o nosso país, junto vamos lutar por esta infraestrutura tão importante para as gentes da Beira Baixa.
Deixo uma notícia retirada do jornal "Notícias da Covilhã"
"Troço inaugurado há 120 anos está fechado há quatro.
2013-03-13
Desde Fevereiro de 2009 que os comboios não circulam entre a Guarda e a Covilhã. Linha da Beira Baixa tem troços reconvertidos, mas que nunca foram utilizados
Quando em Fevereiro de 2009, a circulação de comboio, na Linha da Beira Baixa, foi interrompida por causa de uma intervenção anunciada que visavam colocar a via de padrões de modernidade ao nível do que melhor se faz na Europa, longe se estaria de pensar que, quatro anos depois a mesma continuasse encerrada e, pior que isso, ainda por modernizar.
De facto, apenas alguns troços foram reconvertidos, numa intervenção global que estava avaliada em 85 milhões de euros, mas que a crise travou a fundo. Existem, porém, locais onde foram investidos alguns milhares que, para já, não servem para nada. É o caso do troço entre Caria e Belmonte, onde se estima tenham sido gastos 7 milhões e meio de euros, onde se vêem carris novos assentes em travessas polivalentes (que permitiriam, no futuro, converter a linha para bitola europeia). A própria estação de Belmonte foi reconvertida, mas para já, tudo continua ao abandono e as infraestruturas modernas na linha são invadidas pelas ervas e mato. Um desperdício, considera o autarca belmontense, Amândio Melo. “Já o disse várias vezes: a Linha da Beira Baixa deveria ser concluída. Não faz sentido nenhum andarmos a pensar em TGV quando nem sequer arrumámos a nossa casa” afirma o presidente da Câmara de Belmonte, que diz que com estas medidas “o Interior é cada vez mais abandonado”.
Sobre o seu concelho, considera ridículo que não se concluam as ligações quer à Guarda, quer à Covilhã. “Falta tão pouco… mas o pouco que falta põe em causa toda a estratégia” afirma o autarca, que lembra que nas relações com a Europa, este é um troço determinante já que faz a ligação à Linha da Beira Alta e consequentemente a Espanha. Em tempos, o autarca chegou mesmo a sugerir que a linha fosse aproveitada para fins turísticos.
Caminhada de protesto em Abril na Covilhã
Na Covilhã, o mesmo sentimento. Aliás, na última Assembleia Municipal os deputados do PSD anunciaram mesmo a realização de um protesto em defesa da reabertura do troço entre Covilhã e Guarda, para dia 13 de Abril. Trata-se de uma caminhada a pé pela linha férrea para fazer duas exigências ao Governo: “Que cumpra a promessa de realizar as obras de modernização naquele troço e o reabra à circulação ferroviária o mais rapidamente possível” explica o deputado “laranja” Jorge Saraiva.
Segundo Jorge Saraiva, a reabertura do troço poderia ser fundamental para reduzir os custos dos cidadãos e das empresas depois da aplicação de portagens na A23.
Para já, ninguém sabe quando é que os trabalhos voltam a avançar na Linha. A Refer não aponta prazos, embora dia que nunca antes de 2014. O Governo também não. Entre Guarda e Covilhã, no passado, chegou a haver automotora, após a supressão de comboios. Quando a linha encerrou, a CP utilizou autocarros como transporte alternativo, mas esse serviço também acabou por ser suprimido devido “à baixa procura.”
Assinala-se no próximo dia 11 de Abril os 120 anos da abertura do troço entre Covilhã e Guarda da Linha da Beira Baixa, concluída a 11 de Abril de 1893 e inaugurado em Maio desse mesmo ano. Um troço fechado há já quatro anos, desde Fevereiro de 2009.
Belmonte reclama o verdadeiro comboio
2013-07-17
“Isto, aqui, era um movimento grande. Às vezes parecia Santa Apolónia. Agora, é isto. Tudo abandonado”. Pese o exagero das comparações, era este o sentimento de uma residente na estação de Belmonte quando no passado sábado via cerca de 30 pessoas “invadirem” a Linha da Beira Baixa, no troço que liga Belmonte à Guarda, numa caminhada de protesto contra o encerramento daquela via de comunicação. Por um troço abandonado, mas, curiosamente, renovado, os caminheiros, de t´shirt preta, lá foram em direcção a Maçaínhas, chamando a atenção para a necessidade de reactivação do serviço naquele troço.
“As pessoas manifestaram o seu protesto e indignação perante uma situação que devia estar resolvida há anos. Acho bem que as pessoas façam por si o que outros não fazem. Devia ser o presidente da REFER a resolver este assunto. As populações, se calhar, terão que lembrar isso todos os dias se for preciso. Cá estaremos para isso” promete o presidente da Câmara de Belmonte, Amândio Melo, que devidamente equipado se fez ao caminho. Os participantes concentraram-se ao fim da tarde, junto ao castelo da vila, e foram em direcção à estação de Belmonte…. de comboio. Sim, mas no turístico, adquirido pela autarquia para dar a conhecer a vila aos turistas. “Não temos um que nos leve para Norte ou para Sul, para a frente ou para trás, mas temos este que mostra o ridículo da questão” frisa o autarca belmontense.
Em tempos idos, a estação de Belmonte/Manteigas fazia a ligação à Guarda de comboio, mas também para Lisboa, com o tradicional regional. Depois, as grandes carruagens foram substituídas por uma automotora e desde Fevereiro de 2009 que comboios… nem vê-los. Só mesmo o turístico.
“Como cidadão, também faço esta caminhada contra este crime lesa património. A austeridade pode ser compensada com investimentos que tragam retorno. Este pequeno investimento que falta pode multiplicar-se em retorno. Era bom para toda a gente, pois o que está em causa é uma ligação à Europa, por Vilar Formoso. Estamos carenciados de vias de comunicação, o que piorou imenso com as portagens. E esta poderia ser uma alternativa” acredita Amândio Melo. O autarca lamenta a postura da REFER em não terminar “estes 46 quilómetros”. “Já falta tão pouco” desabafa."
O troço Guarda/Covilhã está encerrado desde Fevereiro de 2009, altura em que foram iniciados trabalhos de beneficiação e conservação da Linha. Ainda se fizeram obras, muitas delas no concelho belmontense, onde terão sido investidos mais de sete milhões de euros em novos carris, travessas e até na renovação da própria estação. Certo é que tudo ficou ao abandono, havendo locais onde o mato e as silvas tomaram conta da Linha. Na estação de Belmonte, no cais para os passageiros, já há vidros partidos e inclusive algumas cadeiras para os utentes foram arrancadas. O resultado de “políticas erradas, de desgoverno, má vontade ou falta de visão de quem governa” afirma Amândio Melo.
Na acção, promovida pela Câmara, várias caras conhecidas, como o candidato da CDU à Covilhã, José Pinto, ou o candidato do mesmo partido à Câmara de Belmonte, Marco Melchior. Que se associou ao protesto por considerar que a reabertura da Linha “deve ser um desígnio de todo o concelho. Nós vamos continuar, quer em termos locais quer nacionais, a fazer esta exigência".
Também o candidato pelo PS à União de Freguesias de Belmonte e Colmeal, José Mariano, dizia ser “incompreensível” que depois do investimento todo que foi feito “esta parte da Linha esteja fechada. Pela minha parte tudo irei fazer para que ela reabra o mais rapidamente possível".
Recorde-se que já em Maio, na Covilhã, a autarquia local realizou uma iniciativa do mesmo género. Mas, até ao momento, não se sabe quando, segundo a REFER, o troço reabre…. E já muitos duvidam que algum dia voltem a passar comboios por ali…"
Fotografia retirada do site jornal "Público"
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Assinaram a petição
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