Melhoria da Rede do Metro de Lisboa e rápido alargamento da Rede à Portela e a Sacavém (Concelho de Loures)
Para: Assembleia da República, Governo
Exmos Senhores Deputados e Exmos. Senhores Membros do Governo de Portugal
No último ano ou mais (2017) a circulação no metro, sobretudo na Linha Azul, mas também, menos frequentemente nas outras linhas, tem estado caótica, não respeitando minimamente a qualidade de serviço a que os serviços do Metro de Lisboa se comprometem no edital aos clientes publicado nas próprias carruagens dos comboios.
Não são pouco frequentes vários tipos de incidentes, como por exemplo, intervalos de 10 minutos ou mais entre composições a horas de ponta, impedimentos vários à circulação, e degradação dos serviços mais variados e das máquinas de entrada, mais do que evidente para todos os utilizadores frequentes ou diários.
Vimos, por esta forma, requerer alterações orçamentais urgentes que contemplem a melhoria geral da qualidade de serviço do Metro de Lisboa que contemplem a atualização do equipamento circulante e das condições de acesso e transporte, bem como da extensão da Linha de Metro, no sentido de proporcionar aos cidadãos a qualidade de mobilidade, que é um direito básico, previsto na Constituição da República.
Em acréscimo, o recente anúncio, pela Administração do Metro de Lisboa, dos planos futuros de expansão da Rede de Metro de Lisboa de que irá ser privilegiada uma linha circular no centro de Lisboa, não sendo motivo, só por si, de crítica, foi apresentada, segundo a comunicação social, de forma no mínimo, ofensiva para qualquer cidadão contribuinte dos concelhos de Loures e limítrofes, votante e cumpridor de todas as obrigações (incluindo as que o Metro lhes exige), e representa uma visão contrária ao que está expresso na própria carta aos utentes divulgada e a todas as noções corretas sobre a mobilidade urbana e o que poderá ser no futuro.
Proclamar que "o Metro não é uma espécie de Intercidades" e que devem ser encontradas soluções de circulação nos concelhos limítrofes é verdadeiramente uma falta de respeito pelas pessoas que aí habitam e claramente uma falta de visão inacreditável para o futuro e uma falta de conhecimento do que se passa nas cidades mais evoluídas da Europa, dado que:
1) Na esmagadora maioria das cidades europeias com metro há sempre linhas de metro que trazem as pessoas para o interior das cidade a partir de zonas limítrofes densamente povoadas; por exemplo, Paris, Bruxelas, Londres, entre muitas outras, são assim.
2) A própria afirmação é, em si mesma, mentira no caso de Lisboa, dado que já existem linhas que ligam os concelhos da Amadora e de Odivelas ao centro de Lisboa. Sairam inclusivamente notícias segundo as quais "Odivelas teve mais movimento que o Marquês", com mais de 7 milhões de entradas, na Linha Amarela.
3) Existem localizações do concelho Loures, nomeadamente a Portela e Sacavém, que há muito já deveriam ter Metro, sendo que já existiram inclusivamente planos para estações de Metro nestes locais que nunca foram implementados por tomadas de decisão posterior. Esta expansão da Linha de Metro para estes dois locais é mais do que devida dado o acréscimo de tráfego de circulação que trariam, não só das próprias freguesias, mas também de freguesias limítrofes a estas e que hoje se vêm limitadas a uma única empresa de transporte rodoviária com qualidade de serviço muito reduzida e parque de autocarros muito envelhecido.
Não sabemos para que é que os cidadãos pagam tantos impostos e lhes pedem que não tragam automóvel para o centro da cidade de Lisboa, se a própria mobilidade das pessoas que aí trabalham e vivem nos concelhos limítrofes mais importantes está a ser limitada por decisões dificilmente sustentáveis pelos motivos invocados e pela forma como são invocados estes motivos.
