Pela proibição de lançamento de balões e confetes em espaços públicos
Para: Ex.mo Senhor Presidente da Assembleia da República
Exmo. Senhor Presidente da Assembleia da República, vimos por este meio apelar à proibição de lançamento de balões e confetes em espaços públicos, tendo em conta a poluição que causam, os seus efeitos nocivos nos ecossistemas e a sua relativa inutilidade.
Nós, humanos, gostamos de celebrar. Aniversários, casamentos, batizados, jogos de futebol etc. Segundo dados mais recentes da Pordata, em 2021 por exemplo, somando apenas casamentos e aniversários, tivemos cerca de 10.030.000 razões para celebrar. Estas celebrações deixam sempre rasto. Este rasto poderia ser só um conjunto de boas memórias, mas nos tempos de hoje toma frequentemente a forma de lixo. Em especial, há dois tipos de lixo que nos parecem especialmente danosos e desnecessários: os canhões de confettis e os lançamentos de balões.
Canhões de confetes – consistem em pulverizar o ar (e logo a seguir o chão) com pequenos pedaços de plástico colorido e brilhante, difíceis de varrer. E, porque ninguém quer explodir estas coisas em casa, frequentemente são usados em parques públicos. Nestes locais, os pedaços plásticos misturam-se por entre a relva e a terra, aí permanecendo e se acumulando por centenas de anos, ou sendo levados pelas chuvas até ao mar, pois partículas deste tamanho não são retiras pelas ETARs. Talvez até sejam bonitos os cerca de 10 segundos de reflexos brilhantes no ar, concordamos que os confettis são um rasto festivo prejudicial e desnecessário.
Lançamento de balões – consiste em lançar para o ar um balão por convidado (porque ninguém quer deixar de estar representado nestas coisas). É um simbolismo colorido que adicionalmente mostra a todos à distância que se está a fazer uma festa. Se a festa for à noite a tecnologia resolve: junta-se uma luz led a cada balão, assim acrescentando à borracha mais lixo eletrónico. E a respetiva pilha, claro, juntando lixo químico. Talvez até seja bonito ver subir uma massa colorida e imaginar quão longe irão parar e qual ecossistema irão poluir, mas devemos concordar que são mais um rasto festivo inútil e prejudicial.
Se já proibimos (e bem!) a venda de copos, pratos, talheres e palhinhas descartáveis, coisas que até serviam o propósito válido de nos alimentar, por qual razão ainda permitimos a venda e utilização destes produtos tão prejudiciais e dispensáveis?
Considerando o tempo que levará a instruir os consumidores para que sejam eles a rejeitar estes produtos, o dano ambiental que estas práticas impõem a todos nós, e o reduzido papel que a venda destes produtos representam na nossa economia, vimos apelar a que se proíba a venda destes produtos, ou que pelo menos, se proíba a sua utilização nos espaços públicos.