Deixem os Amigos De Rua² trabalhar!
Para: Camara Municipal de Lisboa e J.F. Santa Maria Maior
A presente petição pública pretende sensibilizar a Câmara Municipal de Lisboa, a Junta de Freguesia de Santa Maria Maior e a Administração do Teatro D. Maria II para o valor do trabalho efectuado pelo grupo de voluntários “Amigos de Rua” e para a necessidade de criar condições para que este possa continuar a prestar as acções de voluntariado, nomeadamente fornecendo refeições quentes à população sem-abrigo da baixa de Lisboa.
O(s) “Amigos de Rua” é um grupo informal de voluntários, criado há 2 anos pela Eva Medeiros, com o intuito de ajudar os sem abrigo da cidade de Lisboa, levando a cabo uma acção semanal, todas as quartas-feiras, junto ao Teatro D. Maria II em Lisboa, fornecendo refeições quentes confeccionadas pelos membros, voluntários.
Para além das refeições quentes, fornecem, quando disponível, roupa e agasalhos para proporcionar um melhor “conforto” a quem tem apenas a rua como casa, assim, como ainda mais importante, levam o carinho, amor e a amizade, valores sentimentais que são tão ou mais essenciais quanto os bens alimentares, para quem vive na constante solidão e abandono social. O Grupo não é uma instituição ou associação e NÃO ACEITA DONATIVOS EM DINHEIRO e sobrevive apenas com doações de bens alimentícios, e com a ajuda dos voluntários na confecção e distribuição das refeições.
Durante estes 2 anos de actividade o grupo “Amigos de Rua” tem conseguido ultrapassar todas as dificuldades e inercias com que se deparou e mesmo em épocas consideradas complicadas, como o Natal e Ano Novo, tem estado SEMPRE presente para ajudar os que mais precisam, com os voluntários a fazer o mais que podem.
No entanto nas últimas semanas têm sido confrontados com o desconforto que a distribuição de bens alimentares, e o consequente ajuntamento de utentes das refeições, está a causar na junto da administração do Teatro D Maria II, alegando os responsáveis deste, que o local usado durante a acção de voluntariado (virado de frente para a Pç. D Pedro IV (Rossio)) é em frente a uma saída de emergência do teatro e que existe perigo eminente caso esta tenha de ser usada, dado que a fila dos utentes constitui um “cordão humano” que pode atrapalhar a evacuação do edifício.
Quem conhece a realidade do terreno sabe que à partida esta é apenas uma desculpa para justificar o desconforto que é ter várias dezenas de “sem abrigo” e famílias carenciadas à porta de uma entidade como o Teatro D. Maria II, cujo utente tipo é de um estatuto social elevado, o que não se coadjuva com o trabalho de voluntariado ali praticado pelos Amigos de Rua.
De referir que as acções são à quarta-feira, à hora de jantar e compreendem um tempo médio de 2h/2h30, o que não implica directamente com a programação dos eventos do teatro.
É de salientar ainda que aquando o fim das actividades os voluntários procedem à limpeza do espaço e das áreas em redor, ficando estas até em melhor estado do que no inicio, portanto uma mais-valia.
Para além da distribuição de refeições o grupo fornece também outro tipo de apoio como o corte de cabelo (masculino e feminino), barba e apoio psicológico, que são também de extrema importância.
A administração do Teatro D. Maria II propôs que as acções de solidariedade passassem a ser feitas na lateral do edifício que fica na rua do Coliseu, no entanto esta alternativa não é viável dado que a mesma não proporciona abrigo nos dias de chuva, o espaço é exímio e não tem iluminação suficiente, mas é compreensível, pois no caso enviavam-se os incómodos sem abrigo para longe da vista de transeuntes e turistas que gostam de fotografar a fachada do teatro, além do mais também compreendemos que não é muito dignificante para uma das cidades considerada das melhores para se viver, e com vários prémios na área do turismo apresentar um postal com uma imagem do que é afinal a realidade Lisboeta.
Neste sentido vêm os signatários da presente petição solicitar às entidades supra mencionadas que se dignem, em conjunto, criar uma solução urgente para a questão exposta, salientando mais uma vez a extrema importância do trabalho deste grupo de voluntários que inclusive já teve destaque na comunicação social, nomeadamente na TVI no programa do Manuel Luís Goucha, portanto com bastante exposição mediática.
Podem conhecer mais sobre o trabalho deste grupo e da sua fundadora através dos vídeos em anexo…
