Petição pela Reinstituição e Salvaguarda Tradicional da Queima das Fitas

Exmo. Presidente da Federação Académica do Porto (FAP),
Exmos. Presidentes de Associações de Estudantes de Instituições de Ensino Superior do Porto,
Exmos. representantes do Magnum Consillium Veteranorum (MCV):


Nos últimos anos tem-se vindo a assistir a uma progressiva e cada vez mais preocupante degeneração da tradição da Queima das Fitas.

Seja por intermédio de intuitos de aproveitamento meramente comercial, seja por intermédio de agendas pseudo-praxísticas de apropriação indevida da tradição e do acesso à mesma, a verdade é que se tem permitido, por omissão ou por dolo, que a semana da Queima da fitas - no seu propósito, espírito e práticas - se tenha adulterado e deturpado profundamente.


Entendendo os signatários que:

a) Tendo a semana da Queima das Fitas história, práticas e intervenientes muito anteriores à FAP, às AE's e ao MCV, devem os mesmos fazer por respeitar e salvaguardar essa mesma história, práticas e intervenientes;

b) Uma manifestação tradicional e cultural de estudantes não pode ser submetida e amordaçada a princípios comerciais ou a uma apropriação indevida da liberdade do seu exercício;

c) Sendo a FAP, de jure, organizadora responsável pela realização dos vários eventos tradicionais da Queima das Fitas, não tem havido suficiente transparência pública na identificação de responsabilidades organizativas respeitantes à realização da Queima das Fitas do Porto, nos seus diversos eventos.


Vêm por este meio apelar/alertar/exortar que:

1) Se respeite a história da Queima das Fitas como uma manifestação inclusiva, livre e democrática, e jamais elitista ou nepotista, devendo-se encetar esforços claros de sensibilização do público por tais princípios;

2) Se crie um gabinete/equipa responsável pelo estudo e acervo das Tradições Académicas portuenses cujos resultados de trabalho e pesquisa sejam públicos;

3) Se reveja e reverta a prioridade dada, sob o albergue da tradição académica da Queima das Fitas, às "Noites da Queima" e aos propósitos única e exclusivamente comerciais que as mesmas cada vez mais têm encerrado a diferentes níveis:
- preços praticados;
- política de abertura a todo o tipo de público;
- afastamento da Cidade que promove;
- convidados musicais;
- concorrência com os chamados "eventos tradicionais".

4) Se estabeleçam esforços concretos de maior transparência e abertura na organização e promoção de eventos estruturantes da semana de Queima das Fitas, privilegiando contactos e colaborações com as diversas forças vivas da Academia do Porto indispensáveis à realização de eventos culturais e musicais, revitalizando um princípio fundacional da Queima das Fitas do Porto, que é o Princípio da Subsidiariedade.

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