25 de Abril a 25 de Novembro
Para: Exmo. Presidente da República; Exmo Presidente da Assembleia da República
O 25 de abril de 1974 não tem donos, não pode ter. Não nasceu para separar portugueses em portugueses de primeira e de segunda. Os portugueses, durante o Estado de Emergência, estão impedidos de qualquer celebração de fé, desde ir à missa às cerimónias fúnebres. Estão, além disso, muitos alunos impedidos de ir a aulas presenciais, muitos trabalhadores de trabalhar. Se Portugal quase parou, é verdade que a democracia não pode parar, e não parará. Já que a verdadeira democracia se concretizou a 25 de novembro de 1975, não será menos razoável que agora num Estado de Exceção, por excecional que é, estas mesmas celebrações não possam ser adiadas 7 meses.
Propõe-se, portanto, que a celebração solene agendada para o próximo dia 25 de abril seja então adiada para o dia 25 de novembro, no qual não se espera que estejamos a viver uma pandemia como a atual.Estas 2 datas que tanta divisão têm causado na história democrática portuguesa, podem simbolicamente unir um país, sem demagogias ou intrigas políticas, por um bem estar comum e importante no contexto atual. Celebremos o 25 de abril em nossas casas, nas nossas janelas e varandas, e no dia 25 de novembro, tal como em 1975, consolidemos a celebração da democracia e da verdadeira liberdade.
Os Senhores Doutores Deputados podem ter um qualquer estatuto, mas acima de tudo devem ter sentido de responsabilidade por aquilo que cada português depositou no seu boletim de voto. Não é sensato que se juntem 77 parlamentares com 50 convidados, muito deles certamente pertencentes a grupos de risco, de várias regiões do país certamente.
Se, em Portugal, o 25 de Abril deu poder ao parlamento, é pedido agora que, no mínimo, o parlamento respeite Portugal e os Portugueses.