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Parar a destruição do Pulmão florestal no centro das Caldas da Rainha

Para: Exmo. Vitor Marques, presidente da junta de freguesia de nossa Senhora do Pópulo, Coto e São Gregório. Exmo. Fernando Manuel Tinta Ferreira  Exma. Maria João Morais Domingos  Exmo. Pedro Duarte da Silva Fonseca Gândara Raposo Exmo. João Pedro Soeiro de Matos Fernandes Exma. Direção-Geral do Património Cultural

Os subscritores da presente Petição solicitam à entidade que Vossa Ex.ª preside, bem como ao vereadores, a si associados e entidades responsáveis a apreciação do objectivo da mesma – Revogar a licença de construção no pulmão florestal da Caldas da Rainha, a Quinta da Boneca.

Cara Cidadã e Cidadão
Necessitamos, com urgência, da vossa acção e empenho: um património natural e cultural das Caldas da Rainha está em perigo de desaparecer, com inúmeras riquezas culturais, ecossistemas da fauna e flora local, e a preservação de um pulmão vivo no centro da cidade, permitindo não só a renovação do oxigénio da cidade, como a possibilidade dos locais usufruirem deste espaço verde. Quinta esta que liga dois espaço verdes da cidade, A Mata Rainha Dona Leonor e o Parque D. Carlos I, preenchendo esta área de ar puro para respirar e silêncio imprescindíveis para os habitantes locais e visitantes.

No passado ano de 2019 a Quinta da Boneca, foi vendida em parte a uma empresa de monopólio de construção, LINTO e MARQUES.
Este terreno completo da quinta contêm em si:
-O aqueduto construído em 1748, que liga túneis de águas desde o chafariz das sete bicas até diferentes localizações. Património cultural e histórico de Portugal. Este terreno está conectado com um outro espaço verde, ainda pertencente à família Vidigal onde está localizada uma fonte e antigo jardim Real, espaço histórico onde se faziam encontros entre a Realeza e onde durante muitos anos o povo das Caldas da Rainha se abasteceu de água. Existem ainda inúmeras grutas e cursos de água subterrâneos que alimentam a fauna e flora dos espaços verdes.

-O terreno comprado constitui uma floresta de árvores autóctones, com sobreiros (proibidos de abater), Loureiros, Carvalhos, Acacias, Azinheiras, Castanheiros, Figueiras, Medronheiros, entre outras plantas essenciais ao equilíbrio deste ecossistema tão frágil, ainda sobrevivente à urbanização expansiva.

-Foi encontrada em 2008 uma espécie já considerada extinta da planta ”(…) Fissidens exilism uma pequena planta da família das Fissidentaceae que vive em taludes geralmente calcários, húmidos e sombrios, não formando geralmente populações de elevada dimensão. A população agora descoberta nas Caldas da Rainha é importante porque ocupa uma área considerável. Trata-se de uma espécie presente na lista vermelha dos Briófitos da Península Ibérica, onde se encontram as espécies em maior risco de extinção no território ibérico. A Quinta da Boneca é uma área de elevado interesse botânico e conservacionista, é um pequeno reduto de uma flora antiga, com comunidades de loureiros (Laurus nobilis L.) de grandes dimensões, com um sub-bosque muito rico, apresentando outras espécies de elevado interesse botânico como é o exemplo de Homalia lusitanica Schimp., Pellia endiviifolia (Dicks.) Dum., Thamnobryum alopecurum (Hedw.) Gang, entre outras. Segundo Mercês Silva e Sousa, "são necessárias medidas urgentes de gestão por parte das autoridades, com o objectivo de preservar este espaço tão distinto e tão ameaçado por estar nas proximidades de um grande aglomerado populacional".

-Uma fauna rica em espécies de aves, migratórias e residentes, incluindo Pica-Paus, Gaios, Cotovias, Perdizes, Tordos, e ainda Esquilos, Salamandras de Fogo (em vias de extinção), entre muitos outros animais residentes nesta floresta.

-Rio que alimenta a Fauna que liga vários cursos de água limpos da cidade.

-Uma cultura de abelhas, essenciais para a polinização das diferentes espécies da flora.

É necessário agir com rapidez e determinação.

Necessitamos de poucos minutos da Vossa atenção para a leitura do resumo que se segue e, caso o entendam, como nós esperamos, para a assinatura deste documento.

Necessitamos que os estudos científicos sobre ambiente, alterações climáticas, estudos que se multiplicam em ritmo constante que alertem duramente para as mudanças tremendas que estão a ocorrer no planeta, a um ritmo sempre superior ao esperado pelos cientistas, sejam reconhecidos e integralmente respeitados nos seus resultados.

Necessitamos que a sociedade portuguesa e a população local assuma publicamente que está dentro do problema. E que está unida na preservação deste espaço.

Riscos e impactos da construção neste local:


Ambientais- Aumento dos níveis de poluição do ar, das águas, sonora, volume do lixo e desperdícios produzidos;

Económica - reflecte uma aposta num crescimento assente numa trajectória de massificação da actividade económica e produtiva e a quase recusa de uma aposta estruturada a médio e longo prazo que integre os cenários acima enunciados;

Social - perda de qualidade de vida, danos acrescidos na saúde da população, maior toxicidade do ar, mais ruído, perda de área natural de comunidades da fauna e flora.

Histórico da Empresa Linto e Marques:

-Compra de inúmeros terrenos com bens naturais para exploração imobiliária.
-Compra da Quinta de S. José para exploração de monocultura agrícola de limoeiros, utilizando fortes pesticidas e tóxicos que poluem os rios locais e as águas termais das Caldas da Rainha.

Estamos perante o desrespeito e o não cumprimento de acordos, de tratados, de convenções, de princípios e de directivas, europeias, internacionais e nacionais, colocando-se a governação local numa posição de passividade face a este crime ambiental e desrespeito não só da fauna e flora como dos habitantes das Caldas da Rainha.



Texto escrito pelo Jornal das Caldas
03-12-2008

Investigadores do Jardim Botânico do Museu Nacional de História Natural da Universidade de Lisboa descobriram uma espécie de uma planta considerada extinta em Portugal no centro das Caldas da Rainha, mais propriamente na Quinta da Boneca. Promovido pela empresa Águas do Oeste, através de Sandra Carvalho, e pela Associação Nostrum, por intermédio de Mercês Silva e Sousa, foi criado um protocolo com o Jardim Botânico da Universidade de Lisboa e a Universidade de Évora para estudar algumas linhas de água através do projecto "Biomonitorização das linhas de água da zona Norte das ribeiras do Oeste", com o objectivo de avaliar a qualidade biológica dos locais seleccionados com base nos padrões de distribuição de espécies de briófitos e de macroinvertebrados bentónicos. O investigador César Garcia, do Museu Nacional de História Natural, detectou na Ribeira da Quinta da Boneca a presença de Fissidens exilis Hedw, uma pequena planta que se considerava extinta no nosso país, devido ao facto de não ter sido encontrada há várias décadas. Uma confirmação posterior com vários elementos da equipa da investigadora Cecília Sérgio, do Jardim Botânico, certificou a determinação, observando espécimes de herbário. Fissidens exilis é uma pequena planta da família das Fissidentaceae que vive em taludes geralmente calcários, húmidos e sombrios, não formando geralmente populações de elevada dimensão. A população agora descoberta nas Caldas da Rainha é importante porque ocupa uma área considerável. Trata-se de uma espécie presente na lista vermelha dos Briófitos da Península Ibérica, onde se encontram as espécies em maior risco de extinção no território ibérico. A Quinta da Boneca é uma área de elevado interesse botânico e conservacionista, é um pequeno reduto de uma flora antiga, com comunidades de loureiros (Laurus nobilis L.) de grandes dimensões, com um sub-bosque muito rico, apresentando outras espécies de elevado interesse botânico como é o exemplo de Homalia lusitanica Schimp., Pellia endiviifolia (Dicks.) Dum., Thamnobryum alopecurum (Hedw.) Gang, entre outras. Segundo Mercês Silva e Sousa, "são necessárias medidas urgentes de gestão por parte das autoridades, com o objectivo de preservar este espaço tão distinto e tão ameaçado por estar nas proximidades de um grande aglomerado populacional”.

Link para video:
https://vimeo.com/user86783917/review/406597730/f1a7b43f45



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Esta petição foi criada em 11 abril 2020
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