Eleições Justas - Actualizaçao dos Cadernos
Para: Todo povo guineense
A instabilidade politica ameaça mais uma vez a paz na Guiné Bissau.
A falta de unanimidade, sobre a legalidade do próximo acto eleitoral na Guiné, divide a classe politica e a nossa sociedade. Muitas vozes começam a fazer ouvir-se contra a falta de diálogo entre os partidos políticos e a falta de transparência, que mais uma vez põe em causa valores e principios da integridade eleitoral, para nao falar do desenvolvimento , da imagem e do futuro do país.
Já nao se trata apontar o dedo à falta de vontade politica, de dinheiro nos cofres do estado, às ingerências ou jogos de influências do governo junto de orgãos presumivelmente independentes, à corrupção e a outros tantos males que nos afectam e ainda à imagem de falta de crebilidade e de estado falhado que temos cimentado no seio da comunidade e opinião pública internacionais.
Trata-se do Futuro. O nosso futuro.
E o futuro é feito por todos nós. Jovens que vivem no país e outros que por força das circunstâncias são obrigados a viver longe de casa, da família e da terra. E infelizmente este, não é um fenómeno recente. Há vários anos que a Guiné vive uma crise politica, institucional , de valores e princípios. Há vários anos que os guineenses vivem de promessas de mais e melhor.
O futuro de milhares de guineenses - que sonham com justiça e paz social, emprego e melhores condições de vida, com regressar à terra e com tudo o resto a que têm direito de acordo com desígnios da verdadeira democracia ou ao abrigo da Declaração Universal dos Direitos do Homem , está mais do que nunca em causa.
Enquanto alguns se entretêm com jogos de poder onde só eles beneficiam, negócios e negociatas, tráfico de influências e afins , a Guiné vai-se afundando cada vez mais.
Nós guineenses devemos dizer: Basta!
A Guiné Bissau não pode continuar a ser um país adiado!
Os guineenses, na Guiné ou fora dela, têm direito de sonhar com outro futuro. Para si mesmos e para os seus filhos.
Sonhar um futuro sem falsas promessas , sem falsa estabilidade e sem esquemas que ponham em causa os mais elementares direitos dos cidadãos. A começar pela escolha de quem comanda o nosso futuro ou ocupa o mais alto cargo da Nação.
A Guiné não pode ter guineenses de 1ª e de 2ª. Dentro ou fora do país .
Com que direito um cidadão - que já completou 18 anos, ou que emigrou em busca de uma vida melhor ou ainda que, recenseado no seu país ou numa qualquer representação diplomática no estrangeiro, é impedido de votar, respectivamente, por falta de actualização dos cadernos eleitorais ou por um erro de informática ou processual ? Isso torna-os diferentes de mim?
TODOS os guineenses, homens e mulheres que (e apesar de tudo) se orgulham de ser Guineenses pedem, exigem e merecem respeito. Os jovens guineenses querem outra Guiné onde a Democracia seja o governo do povo, para o povo e pelo povo.
Apelamos à comunidade internacional, a todas as organizações regionais e internacionais das quais a
Guiné Bissau é membro, aos corpos diplomáticos acreditados e outras organizações pedimos que nos oiçam e não pactuem com as ilegalidades que ameaçam o país.
Apelamos acima de tudo, a todos os guineenses, em território nacional ou no estrangeiro, para que assinem esta petição e não permitam que a ilegalidade impere, nem que nos e vos seja negado um direito constitucional. Não podemos pactuar com este sistema.
Na luta pela democracia, justiça, desenvolvimento e paz ... não podemos ser ou continuar ausentes. Pela memória dos nossos heróis, pelo nosso futuro e o dos nossos filhos. Pelo amor ao nosso país.
Juntos somos e seremos mais fortes.