REMOVER OS FREIXOS NÃO É SUSTENTÁVEL!
Para: Ex. mo Sr. Presidente da Câmara Municipal de Torres Vedras
Nós, abaixo-assinados, cidadãos da cidade de Torres Vedras, ao abrigo do direito à petição, vimos por este meio solicitar a Sua Excelência, a não remoção das árvores existentes ao longo do passeio leste da Rua António Leal da Ascensão, e, por conseguinte, a reformulação dessa empreitada.
Tomámos conhecimento de que a nossa autarquia aprovou um projeto que implica a transplantação dos 42 Freixos, cujo sucesso é tecnicamente inviável.
Dada a maturidade destas árvores, a sua massa arbustiva contribuí de maneira decisiva para a qualidade de vida, para além da óbvia absorção das emissões de CO2 provenientes do tráfego, logo desempenhando um papel decisivo na qualidade do ar, na absorção do ruído e no impacto visual, pelo que a sua preservação tem vantagens imediatas e é mais eficiente que a plantação de outras árvores jovens que as venham a substituir.
Se na região atravessamos um período de seca severa nesta primavera, fica comprometido o sucesso do transplante, assim como a plantação de árvores mais jovens que, para que vinguem, representará um considerável consumo de água para rega. Durante esse período, árvores recém-plantadas são incapazes de contribuir notoriamente na regulação da temperatura ambiente como os Freixos existentes fazem, através das suas copas frondosas cuja sombra ameniza e convida à circulação pedonal, favorecendo a frequência e a atividade dos espaços comerciais, interiores e exteriores desta rua.
Ao se banir os Fraxinus, os edifícios sofrerão de aquecimento excessivo o que exigirá um gasto energético a considerar na refrigeração dos espaços comerciais e habitacionais assim expostos.
Se a razão invocada para a remoção dos existentes Freixos é a deterioração provocada pelas suas raízes nas infraestruturas no subsolo, a plantação de outras também não impedirá que o mesmo possa ocorrer a curto prazo.
Estamos, portanto, perante uma contradição de intenções da aplicação de metas de sustentabilidade, através de uma decisão que não utiliza o conhecimento, o bom senso e a experiência humana acumulada para a melhoria da qualidade de vida e para as urgentes medidas de prevenção no que diz respeito às alterações climáticas que, assim, pretendemos e devemos acautelar.