Acompanhamento técnico para crianças com problemas comportamentais na escola

Ex. ma Sra. Presidente Adélia Prata,

Estudos feitos, há relativamente pouco tempo, apontam para um número assustador de crianças sinalizadas por problemas de mau comportamento, “falta de limites e ausência de regras” mas também com “dificuldade de concentração e de aprendizagem”. Muitos destes casos, chegam às mãos de especialistas que ajudam estas crianças a encontrarem o seu caminho, mas, infelizmente muitas delas não têm essa oportunidade e, como tal, os resultados, em contexto escolar, são devastadores, tanto para os professores, como para os pais e colegas que acompanham estas crianças.
Passado um mês do começo das aulas, foi-nos informado (pais), pela equipa de professores que acompanham esta turma, que existia um problema com o comportamento dos alunos, e como tal, que teríamos (pais e professores) de intervir de forma a que estes fossem modelados. Acontece que, chegado o final do 1º período, a informação que temos sobre a evolução do comportamento, é bastante negativa; 13 faltas disciplinares no 1º período? Temos muitos pais nesta turma a pedir ajuda!!!! Mas não têm qualquer resposta. Pais desesperados e preocupados com o futuro dos seus filhos, pais que gostariam de ver os seus filhos a serem tratados dignamente, não como um “problema”, não como aqueles que destabilizam as aulas e por isso são convidados a ir “apanhar ar” à rua para se acalmarem!!!! É muito triste quando vemos um filho a ser tratado desta forma. São crianças tão dignas e carentes de atenção como todas as outras, apenas precisam de ajuda e de alguém que as entenda.
Este problema estigmatiza as crianças, os pais e os professores, uma vez que todos parecem querer encontrar um culpado e, enquanto se discutem estas questões, o problema vai aumentando, uma vez que não se atua na base do problema. Não se arranjam soluções. Ou os pais, que passam em média 2 a 3 horas com os filhos (acordados) por dia, os “educam”, ou as crianças são tratadas como autênticos marginais que estão constantemente a ser postos de parte e a receber medidas de coação.
Acontece que, muitos deste pais têm outros filhos, frutos do mesmo meio familiar e com a mesma educação, e têm comportamentos completamente diferentes. É inadmissível que se tente moldar crianças a um modelo de ensino que não lhes permite serem crianças nem elas mesmas enquanto indivíduos. Que as obriga a serem pequenas máquinas formatadas para estarem horas e horas sentadas numa sala de aula e que nem se podem expressar, com risco de serem punidas.
Uma vez que estamos a falar numa escola pública, com salas excessivamente preenchidas (28 alunos nesta turma), com professores completamente exaustos e sem forma de chegar a todas estas prioridades, vimos desta forma (Pais e Encarregados de Educação), pedir a intervenção urgente de técnicos especializados nesta área, se possível ainda ao longo do 2º período.
Este é um problema cada vez mais atual e que está a tomar proporções assustadoras ao nível de todas as escolas e valências, por isso é urgente intervir, mudar e marcar a diferença, como escola de qualidade que são.
Deixamo-vos a questão: Como pode e deve a escola “organizar o seu método de trabalhar, de modo a intervir na origem do problema e não apenas nos seus sintomas?
Gratos pela atenção, nos subscrevemos,
Encarregados de Educação do 5º C

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