Pedido de esclarecimentos: "Fármaco que "cura" a Fibromialgia"
Para: Infarmed
Exmª Presidente do Infamed, Drª Maria do Céu Machado
Os doentes de Fibromialgia vêm por este meio solicitar a devida atenção perante as declarações feitas sobre a “cura” da Fibromialgia através do fármaco Somazina, que têm circulado nas redes sociais e em diversos órgãos de comunicação, quer digital quer em papel, alegando que este medicamento cura a Fibromialgia, que como doentes sabemos que é uma doença crónica, sem causa conhecida e sem cura.
Como sabe, ainda não existe nenhum estudo feito sobre a utilização deste fármaco no tratamento da Fibromialgia, inclusive pelo laboratório que comercializa este fármaco.
Estão pessoas a automedicarem-se, estão brasileiros a vir propositadamente a Portugal adquirir o medicamento (fonte ABRAFIBRO), que tem inclusive sido vendido sem receita médica, sendo que pelo que lemos e sabemos, é que este medicamento só pode ser vendido com receita médica e, podemos informar, que até tem sido aconselhado por farmacêuticos.
Pensamos que já se trata de um assunto grave de saúde pública.
Pedimos que nos esclareça e tome uma acção para proteger os doentes e futuros incidentes que possam acontecer.
1. Como podemos saber se estas declaração são verdadeiras?
2. Existe algum estudo sobre o efeito deste fármaco no tratamento da Fibromialgia?
3. Os doentes com Fibromialgia podem tomar medicamentos que contenham Citicolina?
4. Se os médicos estão contra o que podemos fazer?
Exigimos um esclarecimento e orientação formal por parte do Infarmed.
As associações oficiais de Fibromialgia já fizeram o seu comunicado, falta quem é responsável pela farmacologia em Portugal.
Se apelam para o uso responsável do medicamento, comprovem isso ajudando esta comunidade de doentes, pois somos mais de 1,7% (fonte Epireuma.pt) e estamos cansados de ser menosprezados pela comunidade médica e sociedade em geral, por vivermos com uma doença “invisível”, tão desacreditada por todos aqueles que nos rodeiam e com estas notícias estamos a ficar preocupados, pois começarão a duvidar mais da doença com que vivemos, dado a desinformação acerca de uma cura.