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Preservação do Património Ferroviário de Portugal

Para: Exmo.Senhor Presidente da República, Exmo. Senhor Presidente da Assembleia da República, Exmo. Senhor Primeiro-Ministro, Exmo. Senhor Ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Exmo. Senhor Ministro da Cultura, Exmo. Senhor Presidente da CP – Comboios de Portugal, E.P.E., Exmo. Senhor Presidente da Infraestruturas de Portugal, Exmo. Senhor Presidente da Fundação Museu Nacional Ferroviário Armando Ginestal Machado(FMNF), Exmo. Senhor Presidente da Câmara Municipal do Entroncamento, Exmos. Agentes Culturais do Entroncamento e da Região de Lisboa e Vale do Tejo, A todos os cidadãos:

Os cidadãos abaixo-assinados acreditam que o futuro do caminho-de-ferro em Portugal passa pela modernização do mesmo, mas sobretudo pela manutenção do nosso património ferroviário. Uma marca que permite-nos diferenciar-nos dos outros países da Europa, realçando o nosso caráter único de construtor ferroviário. Projetar o futuro enriquecendo o passado é o mote que todos deveremos ter para preservar a nossa identidade e sobretudo a nossa História.
Este futuro passa por apostar numa estratégia continuada de preservação do património ferroviário atualmente existente nos parques oficinais do Entroncamento, Contumil, Barreiro e restantes localizações. Presentemente a CP – Comboios de Portugal, E.P.E. têm aberto um concurso para venda de um lote de material circulante retirado da exploração localizado no parque oficinal do Entroncamento. Este lote de material circulante é composto por 91 peças, algumas delas únicas e sobretudo representativas da outrora construção ferroviária feita no nosso país. A título de exemplo estão incluídas, neste lote para ser sucateado, carruagens Sorefame em aço inoxidável e canelado, exemplo de uma técnica de construção de carruagens inovadora e que marcou e marca o caminho-de-ferro em Portugal. Estão também incluídas no lote para abate, as carruagens Schindler de origem Suíça e que circularam na rede ferroviária nacional durante inúmeros anos e foram um símbolo da modernização dos caminhos-de-ferro do pós-guerra. Além dos exemplos acima referenciados também estão incluídos para serem cortados aos pedaços os reboques das automotoras Allan, sendo que um destes faz farte da unidade 0304 conservada na FMNF.
Também estão incluídas para serem destruídas as primeiras automotoras elétricas em Portugal, unidades triplas elétricas, que prestaram serviço nas linhas do Norte, Sintra e ramais adjacentes, assim como as unidades triplas Diesel, que foram durante 30 anos as maiores prestadoras do serviço regional e suburbano assegurando o serviço nas linhas do Minho, Douro, Oeste, Alentejo, Algarve e Sado. Estes dois tipos de automotoras são também produto da extinta Sorefame e como tal representativas únicas do enorme património ferroviário de origem nacional construído na fábrica da Amadora.
A solução proposta pela FMNF e pela CP para este património, não deve passar por mais uma demolição descontrolada, até agora escondida da maioria dos portugueses. No momento em que a Sorefame assinala 73 anos de História, o país não deve embarcar em mais projetos de destruição desequilibrada da nossa História e do nosso caminho-de-ferro. Devemos seguir uma visão duradoura para o futuro que garanta a manutenção do espólio ferroviário, que aparentemente a FMNF neste caso e nos anteriores não soube e não quer manter. É necessário encontrar soluções de futuro que projetem Portugal como uma referência na preservação do seu património ferroviário, reconhecendo e reforçando os valores patrimoniais, materiais e simbólicos que o definem.
As soluções de futuro na sua maioria não representam encargos financeiros para as contas públicas, uma vez que já ficou provado, que seja por mecenato cultural, por financiamento Europeu, ou através de contratos de cedência temporária como existiram entre a FMNF e a Heritage Traction Rail Services é possível recuperar e manter o património ferroviário para as gerações futuras usufruírem do mesmo e sobretudo para este mesmo património gerar importantes fontes de receitas para o sector do Turismo em Portugal. Não é necessário construir o futuro a custa do passado.
Atualmente a CP tem este património subutilizado e gasta fundos importantes em material estrangeiro de fraca qualidade e de prestações extraordinariamente medíocres. Portugal não é um país rico para inutilizarmos material perfeitamente útil e funcional. Países mais ricos como a Suíça têm material circulante mais antigo em uso e a fazer serviços diários, para não falar em serviços turísticos. Além de que neste lote, que a CP pretende cortar, há material recuperado, nomeadamente UTEs, para ser vendido para a Argentina e que sucatea-lo diretamente seria perda imediata de dinheiro, uma vez que a venda não se concretizou e as automotoras foram todas revistas e como tal em estado para realizar comboios especiais. Além de que carruagens como as Schindler e Sorefames são ideais para realização de passeio turísticos, como se pode provar pela reforma que as carruagens Schindler, atualmente em Contumil, sofreram para fazer o comboio do Vinho do Porto.
Os cidadãos abaixo assinados apelam a quem de direito, i.e., ao Presidente da República Portuguesa, à Assembleia da República, ao Governo nas pessoas do senhor Primeiro-Ministro e senhores ministros do Planeamento e das Infraestruturas e da Cultura, assim como ao Presidente da CP – Comboios de Portugal, ao Presidente da Infraestruturas de Portugal, ao Presidente da FMNF, a todos os agentes culturais da cidade e região, e aos cidadãos em geral:
• Para que intervenham impedindo a demolição de património de todos os portugueses e sobretudo património exemplificativo da industria ferroviária portuguesa do século XX;
• Para que se encontre uma solução de futuro que dignifique o País, a cidade do Entroncamento e sobretudo o nosso património e a nossa memória;
• Para que o património ferroviário em questão mantenha a sua função original de forma a permitir às gerações futuras o usufruto do mesmo, nomeadamente que a CP mantenha o material preservado e pronto a ser utilizado para a realização de comboios especiais com fins turísticos, tal como os outros operadores ferroviários na Europa fazem;
• Para que de futuro todo o património ferroviário único, nomeadamente casos como o reboque Allan (81 51 94 22-29 304-2) e a UTE 2001 sejam obrigatoriamente integrados compulsivamente na FMNF, sem qualquer discussão;
• Para que antes de qualquer destruição de património ferroviário, o mesmo seja disponibilizado primeiro por meio de venda a eventuais interessados em o explorar para fins turísticos (Portuguese Traction Group, Heritage Traction Rail Services, etc.) ou de forma simbólica as associações de entusiastas como acontece noutros países da Europa.



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Esta petição foi criada em 11 abril 2016
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