Uma representação do jornal Trevim vai entregar na quarta-feira, dia 23/03, no Parlamento, esta petição em que mais de 8.000 cidadãos reclamam a reposição do serviço ferroviário no Ramal da Lousã, encerrado há mais seis anos.
A petição foi lançada há dois meses pelo quinzenário da Lousã, através deste site e em formato de papel, em dezenas de estabelecimentos da Lousã, Miranda do Corvo e Coimbra.
Na quarta-feira, às 15 horas, uma delegação que integra membros da Direção e Administração do jornal editado pela cooperativa cultural Trevim, e outros cidadãos envolvidos na defesa do Ramal da Lousã, será recebida pelo vice-presidente da Assembleia da República José Manuel Pureza, deputado do BE eleito por Coimbra.
Na ocasião, o documento “Pela urgente reposição do serviço ferroviário no Ramal da Lousã” será também entregue a todos os grupos parlamentares.
Antes, às 11:30, os promotores da iniciativa serão igualmente recebidos por um assessor do Primeiro-Ministro, António Costa, a quem farão a entrega da petição.
“A reposição do serviço ferroviário no Ramal da Lousã tem de merecer a maior prioridade política, por ser um ato de elementar justiça e uma grande necessidade”, escreveu Pedro Malta no Trevim.
Citando o texto da petição, num editorial destinado a fazer avançar a iniciativa cidadã, no dia 21 de janeiro, o diretor do Trevim explica que o encerramento da ferrovia entre Serpins, na Lousã, e Coimbra “prejudica milhares de cidadãos e os interesses” da região.
“Quando pela Europa e em tantos países se promove a ferrovia, não se pode aceitar que aqui se destrua uma linha centenária, afetando gravemente a mobilidade de tantos milhares de pessoas”, afirmam os peticionários.
A solicitação é dirigida ao presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, ao Primeiro-Ministro e às Câmaras Municipais de Coimbra, Lousã e Miranda do Corvo.
A deslocação a Lisboa dos promotores conta com apoio da Câmara da Lousã, que disponibilizou uma viatura para o efeito.
Os mais de 8.000 subscritores manifestam “forte desagrado” face à perda de “um meio de transporte tão importante” e ao repetido anúncio de um metro que nunca chegou, bem como às “variadas promessas, sempre apresentadas em maré eleitoral por sucessivos governos e diversos responsáveis”, alertando para o “escandaloso abandono, há vários anos, de obras que importaram em mais de 100 milhões de euros, realizadas com recurso ao endividamento das empresas públicas REFER e CP, até agora sem qualquer utilidade e que já se encontram em degradação progressiva”.
As obras para criar um sistema de metro ligeiro no Ramal da Lousã – a que se seguiria a área urbana de Coimbra – começaram em dezembro de 2009 e foram depois suspensas por razões financeiras, tendo os utentes passado a usar autocarros ao abrigo dos transportes alternativos pelos quais o Estado pagou e continua a pagar milhões de euros.