Pelo acolhimento cidadão de refugiados por parte dos portugueses que voluntária e formalmente expressem essa vontade.
Para: Exmo. Senhor Presidente da República; Exma. Senhora Presidente da Assembleia da República; Exmos. Senhores Deputados; Exmo. Senhor Primeiro Ministro; Exmo. Senhor Vice-Primeiro Ministro e Ministro dos Negócios Estrangeiros; Exma. Senhora Ministra da Administração Interna;
Queremos ajudar aquelas crianças, aqueles idosos e mulheres, famílias inteiras que sofrem e padecem a poucos metros da entrada no espaço da União Europeia.
Queremos convidá-los para as nossas casas, dar-lhes o abrigo e a paz procuram.
Queremos que conheçam a nossa lingua, a nossa história, a nossa cultura, o nosso país.
Queremos tê-los sentados às nossas mesas, contar-lhes as nossas histórias e ouvir o muito que nos têm para dizer e ensinar.
Queremos, mas não podemos. A União Europeia, da qual Portugal faz parte, não se entende sobre a forma como há-de partilhar um pouco da sua imensa abundância. Entretanto milhares de pessoas sofrem, também por terem escolhido a Europa, terra de paz e liberdade, como a sua protectora.
Pelo desbloqueio urgente da situação humanitária na fronteira húngara com a Sérvia!
Pelo salvamento dos muitos que arriscam a vida nas águas do Mediterrâneo!
Pedimos ao Estado Português, que, enquanto outros países europeus fecham unilateralmente as suas fronteiras, dê um sinal de humanidade e confiança nos valores fundadores da União Europeia e da civilização ocidental. Permita a todo e qualquer cidadão português convidar refugiados para o nosso país para estes ficarem a seu cuidado e responsabilidade.
A cada um a sua quota de responsabilidade, a cada um a sua humanidade e liberdade!
Os portugueses não precisam do Estado, ou da União Europeia, para fazerem o Bem! Mais uma vez, os portugueses têm a oportunidade de provar que são um povo genuinamente generoso, bondoso, acolhedor e que não abandona quem deles precisa.
Portugal tem que estar à altura deste momento e da sua história!
Hoje dizemos com orgulho que fomos dos primeiros países do Mundo a abolir a pena de morte.
Temos Aristides de Sousa Mendes como um dos nossos mais incontestados heróis.
No tempo dos nossos avós, contava-se como nas aldeias de Portugal, entre gente pobre, havia sempre comida e um tecto para as famílias de espanhóis que haviam fugido da Guerra Civil Espanhola.
E amanhã? Vamos continuar à espera que tecnocratas estrangeiros nos digam como e quando podemos partilhar aquilo que nos sobeja?
Porque haveremos de acolher apenas 1000, 3000, 5000 refugiados se existirem muitos e muitas mais cidadãos e famílias dispostas a acolher estas pessoas?
Portugal já salvou tanta gente dos horrores de tantas guerras.
Quando os estrangeiros precisaram dos portugueses, nós abrimos as portas. E quando partiram, os que partiram, deixaram um país mais rico para trás.
Pela permissão imediata do acolhimento directo de refugiados por parte de todos os cidadão portugueses que voluntária e formalmente expressem essa vontade, subscreve esta Petição Pública e promove esta corrente de solidariedade.