ABERTURA HOSPITAL VETERINÁRIO SOLIDÁRIO
Para: Exmo. Senhor Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Exmo. Senhor Presidente da Junta de Freguesia de Carnide
O Hospital Veterinário Solidário da associação sem fins lucrativos SOS Animal, no Bairro da Horta Nova, em Lisboa, está pronto e totalmente equipado desde setembro do ano passado, mas continua de portas fechadas.
De acordo com Sandra Duarte Cardoso, presidente daquela organização não governamental (ONG), legalmente constituída há dez anos, só falta que a Ordem dos Médicos Veterinários reconheça o diretor clínico da instituição. A Lusa contactou a Ordem para tentar perceber porque ainda não foi passada a acreditação do responsável, mas até ao momento não recebeu qualquer esclarecimento.
O hospital, onde há duas salas de consultas, uma de raio-x, um laboratório de análises, um bloco de cirurgia e três enfermarias (uma para gatos, outra para cães e uma outra para os casos infetocontagiosos), ocupa uma loja do Bairro da Horta Nova, arrendada à Câmara Municipal de Lisboa.
As obras de recuperação e adaptação do espaço, que estava "em muito más condições", demoraram cerca de três anos e meio, contou à Lusa Sandra Duarte Cardoso.
As intervenções foram sendo feitas "aos poucos" com recurso a verbas da associação, dinheiro arrecadado em ações pontuais, doações do "maior mecenas" da SOS Animal (um hotel em Lisboa) e até da família de Sandra.
Quando funcionar, o hospital, cujo modelo "existe em vários pontos do mundo", terá quatro tabelas de preços: uma normal, para o público em geral, uma outra para os associados, associações e colaboradores da SOS Animal e duas para pessoas carenciadas, devidamente sinalizadas.
"Essas pessoas vão ter acesso aos cuidados médico-veterinários com preços controlados (pagarão o preço de custo) ou se não tiverem rendimentos não pagam nada", explicou a responsável.
O facto de este ser "um bairro muito carenciado", vizinho de outro em condições semelhantes, o Bairro Padre Cruz, fez com que a SOS Animal optasse por instalar ali o hospital, "não só para dar apoio médico-veterinário e de saúde pública (neste bairros há situações de adultos e crianças com doenças passadas pelos animais), mas também para trabalhar com os moradores no aspeto de formação cívica e respeito pelos animais".
Além disso, a associação pretende "criar postos de trabalho e também bolsas de estudo, para fomentar vontade e gosto em trabalhar com os animais".