Em defesa do Hospital Público de Cantanhede
Para: Utentes do Hospital Arcebispo João Crisóstomo - Cantanhede
No início do ano de 2013, o Governo anunciou a privatização do Hospital Arcebispo João Crisóstomo-Cantanhede. Isto, depois de o Estado ter investido nas suas instalações mais de 3,5 milhões de euros.
Este hospital, que abrange o concelho de Cantanhede, parte do de Mira e a freguesia de Arazede, no concelho de Montemor-o-Velho, abrange cerca de 60 mil utentes em época normal, atinge cerca de 80 mil no período estival. O ataque a esta unidade hospitalar já vem desde 2007, altura em que foram encerradas as urgências, pelo governo de então, quando dados de 2005 davam conta do atendimento nas urgências de 40.467 doentes, 110 por dia, e 9,1 doentes por noite.
Esta unidade de saúde reforçou a resposta a um conjunto alargado de valências: ortopedia, pediatria, oftalmologia, otorrinolaringologia, psicologia e nutrição.
Foi conhecido o desafogo financeiro deste hospital, que permitiria contratar, se o governo o permitisse, a falta de profissionais, como médicos, enfermeiros e auxiliares de ação médica.
Também no concelho de Cantanhede se sente a limitação do acesso à saúde pelo aumento das taxas moderadoras, dos medicamentos, do corte nos apoios ao transporte de doentes e no perigo do encerramento das Extensões de Saúde.
O Governo e o Ministério da Saúde publicaram a portaria nº. 82/2014 em 10/04/2014 que constitui o mais violento ataque ao Serviço Nacional de Saúde (SNS). Desta portaria, o Hospital de Cantanhede desaparece da relação dos hospitais públicos, o que significa que o Ministério da Saúde já tomou a decisão de privatizá-lo.
Os abaixo-assinados opõem-se firmemente à privatização do Hospital Arcebispo João Crisóstomo, pronunciam-se pela sua manutenção na esfera pública, integrado no Serviço Nacional de Saúde (SNS), pelo respeito do preceito constitucional de que a saúde é um direito universal, geral e tendencialmente gratuito, garantido pelo Estado.