LICEU DE PONTA VERDE
Para: TODOS OS INTERESSADOS NO PROGRESSO DE PONTA VERDE
ATRIBUIR O NOME DE ANTONINO SABINO BAPTISTA AO LICEU DE PONTA VERDE
Carta aberta à Ministra da Educação da Republica de Cabo Verde, Dra. Fernanda Marques
Assunto: Homenagem póstuma a António Sabino Baptista, vulgo “Nhontoninho di Nho Sabino”
Excelência, Senhora Ministra da Educação,
Nós, abaixo assinados, vimos, por este meio, fazer a seguinte petição à Sra. Ministra. Caso não haja alguém com mérito mais relevante, vimos propor que o Liceu de Ponta Verde da Ilha do Fogo, mas, cujo nome oficial ainda não lhe foi atribuído, tenha o nome de António Sabino Baptista, mais conhecido na ilha do Fogo como “Nhontoninho di Nho Sabino”, ou, então, o nome da sua filha Idalina Rodrigues Baptista Fonseca, “Lili”, ambos já falecidos. As principais razões para esta nossa petição são as seguintes:
1. A ideia de se avançar com esta proposta surge na sequência de um artigo intitulado “Relembrando Nhontoninho di Nhô Sabino”, da autoria do Pe. António Fidalgo, publicado no jornal “Terra Nova” de Julho de 2004, no qual este sacerdote advogou a hipótese de se levar a cabo uma homenagem póstuma a António Sabino Baptista, como patrono de uma instituição educativa na zona de Ponta Verde, freguesia de S. Lourenço.
2. Em Julho de 2004, no decurso do quinquagésimo aniversário da Capela de Nossa Senhora de Fátima - cujo terreno foi oferecido à Igreja Católica por “Nhontoninho di Nho Sabino” – o Pe. António Fidalgo sugeriu que, ao doador do terreno, se prestasse esse reconhecimento póstumo, “(…) pelo contributo que deu, directa ou indirectamente, para a formação humana e religiosa de tanta gente, e pelas gratas lembranças que ainda hoje se mantem dele. […]. Quiçá, o nome dele atribuído a uma das futuras escolas da zona de Ponta Verde” (Jornal Terra Nova, Julho de 2004, p. 4).
3. Referiu, também, o Pe. Fidalgo nesse artigo, que “foi numa das dependências da sua residência e da filha Lili, que surgiu a primeira escola primária de Ponta Verde (princípios dos anos 50)…” (ibid.). Essa escola foi valiosíssima para as crianças daquela zona, que viviam a cerca de 15 quilómetros da então existente escola primária oficial.
4. De recordar que “Nhontoninho di Nho Sabino” exerceu durante quarenta anos a função de cabo chefe e regedor e que, no seu tempo, era um dos principais responsáveis pela promoção e defesa da justiça em todos os casos litigiosos, que ocorressem sem derramamento de sangue. Apesar da sua limitada formação literária, granjeou enorme simpatia junto das aldeias comunitárias, graças ao seu bom humor e à sua sabedoria na resolução de conflitos.
5. Foi também, António Sabino Baptista, um excelente agricultor já que na “sua propriedade cultivava árvores de fruta que só ele tinha, como a jaca, por exemplo” (ibid.). Pela sua dedicação à agricultura e ao fabrico de aguardente (através do alambique), tornou-se, em toda a Ilha do Fogo, em um homem de referência.
6. Gracas à boa vontade de “Nhontoninho” e à simpatia e interesse de sua filha, Idalina Rodrigues Baptista Fonseca, “Lili”, em educar o povo da Zona, “se realizaram as primeiras representações teatrais de toda a história de Ponta Verde, e as actrizes dançavam e cantavam: ‘Oh Dona Lili, que rosas tão bonitas’ …” (ibid.)
Por estas e possíveis outras razões, que muitas pessoas da Ilha do Fogo poderão testemunhar, bem como pelo facto do Liceu de Ponta Verde estar situado no espaço contíguo à área rural de que “Nhontoninho” era proprietário, muito perto da sua própria residência, vimos, por este meio, solicitar à V. Exa, que, através da sua magistratura de influência, se digne atribuir ao Liceu de Ponta Verde, na Ilha do Fogo, o nome de António Sabino Baptista, vulgo “Nhontoninho di Nho Sabino” ou, então, o nome de sua filha Idalina Rodrigues Baptista Fonseca, “Lili”.
Aproveitamos a oportunidade para desejar a V. Exa, Sra Ministra da Educação, os protestos de elevada estima e consideração e, em anexo, junto a lista de assinantes que fundamentam esta Petição.