Bombeiros Voluntários, condições profissionais!
Para: Exmo. Sr. Presidente da República; Exmo. Sr. Primeiro Ministro; Exma. Sra. Presidente da Assembleia da República, Exmos/as Senhores/as Deputados/as da Assembleia da República, Exmo. Sr. Ministro da Administração Interna
O verão traz-nos sempre as mesmas notícias, ou seja, incêndios e bombeiros mortos ou feridos. Estes nossos camaradas que morrem em serviço são apelidados de heróis. Para quê? De que adianta serem heróis se já não podem estar juntos de quem os amam, se já não voltam a este mundo? É fácil lembrarem-se deles nestes dias. E no resto do ano? Alguém se preocupou em saber se tinham fardamento adequado? Se teriam alimentação adequada? A resposta é não. Ninguém se preocupa!
Nesta época do ano é comum ouvirmos as pessoas dizerem que os bombeiros são uns heróis. Mas que heróis?! Se fossemos heróis não cairíamos em esquecimento, não teríamos o desprezo por parte dos nossos governantes, não combateríamos incêndios nestas condições. Acham normal combatermos incêndios com fardas feitas de algodão, de irmos para um teatro de operações trabalhar dois ou três dias seguidos sem descansar, sem dormir, tomando por exemplo o pequeno almoço ás sete da tarde? Isto não é sermos tratados como bombeiros!
O problema é que apesar de tudo isto continuamos a ir porque sentimos amor á camisola que vestimos, porque queremos cumprir a missão á qual nos propusemos, porque queremos salvar as áreas florestais deste país que tanto nos descrimina, porque queremos salvar o património das pessoas que tantas vezes nos olham com indiferença e acima de tudo que tantas vezes nos insultam nos teatros de operações. Isto é o que faz de nós bombeiros. É lutarmos pelos bens dos que nos criticam, dos que nos insultam, dos que nos menosprezam, mesmo em prejuízo das nossas famílias e por vezes das nossas vidas!
Senhores governantes parem para pensar! Enquanto vão a banhos nas praias e se sentam num gelataria a saborear um belo gelado nós enfrentamos as chamas e o calor e a única coisa que sentimos na boca é o sabor a cinza e a terra queimada. Já pensaram nas dores que sofremos quando nos queimamos? De como ficaram as nossas famílias quando um de nós parte? O que dirá a esposa de um bombeiro ao seu filho de dois anos que nunca mais verá o pai? O que fazemos não chega para que pelo menos nos tratem com respeito?
NÃO QUEREMOS SER HERÓIS DEPOIS DE MORTOS, QUEREMOS CONDIÇÕES PARA TRABALHAR ENQUANTO SOMOS VIVOS!
Assim sendo, segue um conjunto de medidas que acreditamos serem fundamentais:
- Incentivo ao voluntariado através da redução da carga fiscal aos bombeiros.
- Investimento em material de protecção individual, de forma a que cada bombeiro tenha um equipamento completo.
- Investimento na formação, criando “polos” da Escola Nacional de Bombeiros em diversos pontos do país.
- Melhoria das condições dos seguros existentes.
- Maior apoio aos bombeiros feridos em serviço, e às famílias dos bombeiros falecidos.
- Criação de um subsídio de risco a atribuir aos bombeiros assalariados.
- Criação da carreira profissional de bombeiro aos bombeiros assalariados dos corpos de bombeiros voluntários.
- Maior apoio aos bombeiros estudantes universitários
- Reforço dos apoios prestados pelo fundo social do bombeiro.
Espera-se que esta petição seja levada a sério e que mais uma vez não seja calada a voz aos bombeiros portugueses! Queremos trabalhar e queremos fazê-lo de forma voluntária. No entanto ser voluntário não é trabalhar com falta de condições. Exigimos respeito, exigimos condições para trabalhar!
André Filipe Oliveira Carneiro
Voluntário Nº 40 dos Bombeiros Voluntários de Riba de Ave
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Assinaram a petição
33
Pessoas
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