Por uma Rua Lourenço de Almeida Azevedo, com Sombra a Cores e Sustentável

Nós, abaixo-assinados, cidadãos e cidadãs preocupados/as com o futuro urbano e ambiental de Coimbra, manifestamos a nossa profunda oposição ao abate de árvores na Rua Lourenço de Almeida Azevedo no âmbito da empreitada do Projeto Metro Mondego.
Esta intervenção incide sobre uma das ruas mais emblemáticas da cidade, com forte valor paisagístico, ambiental e simbólico. A concretização do abate de quase 15% das suas árvores comprometerá de forma profunda e irreversível a qualidade do espaço público, o equilíbrio ecológico da rua e o conforto ambiental, num momento em que as alterações climáticas exigem mais sombra e mais árvores, não menos.
Apesar das alterações pontuais introduzidas no projeto, os ajustamentos promovidos pela Câmara Municipal de Coimbra revelam-se manifestamente insuficientes.
Em vez de se adotar uma abordagem integrada e estruturante para proteger o património arbóreo da cidade, optou-se por intervenções casuísticas, que não impediram a destruição de centenas de árvores: os plátanos centenários na Avenida Emídio Navarro e Sá da Bandeira, toda a cintura verde da área nascente do CHUC, todas as tílias junto à Estação Nova, entretanto encerrada, a Praça 25 de Abril, entre outros.
Em nome de uma opção técnica que impõe um canal rígido e segregado para o MetroBus em todo o seu traçado, Coimbra tem vindo a sacrificar sucessivamente o seu arvoredo urbano e a desqualificar os espaços pedonais. Perde-se sombra, biodiversidade, qualidade do ar, conforto térmico, e identidade urbana.
Face ao exposto, os signatários/as desta petição exigem:
1. Que seja suspenso o abate das árvores atualmente previsto na Rua Lourenço de Almeida Azevedo, promovendo a sua salvaguarda enquanto património arbóreo e paisagístico e ativo ambiental;
2. Que sejam tornadas públicas, com clareza, as soluções projetadas e os fundamentos técnicos que sustentam cada abate;
3. Que seja avaliado o impacto das obras no subsolo na estrutura radicular de todas as árvores da Rua Lourenço de Almeida de Azevedo, com avaliação da possibilidade de afastar a canalização principal da zona junto aos passeios;
4. Que seja estudada a possibilidade de instalação de sistemas de escoramento ou espiagem nas árvores identificadas com potencial risco elevado de queda e, deste modo, fornecer suporte temporário ou permanente às mesmas, reduzindo a tensão em áreas danificadas;
5. Que haja disponibilidade e empenho da Câmara Municipal de Coimbra e da Metro Mondego para ponderar alternativas que compatibilizem o Sistema de Mobilidade do Mondego com a permanência das árvores (só duas são incompatíveis com o Metro e encontram-se do lado da Sereia já abaixo da rua João de Deus), nomeadamente, se for necessário, considerar a possibilidade de o estacionamento abaixo da rua João de Deus ser colocado entre as árvores, disponibilizando assim nesta zona da rua mais espaço para os três corredores de circulação. Em alternativa, deve ser estudada a viabilidade de uma via de MetroBus partilhada na Rua Lourenço de Almeida Azevedo ou o deslocamento de um dos canais do MetroBus para a Avenida Antero de Quental/Rua Tenente Valadim ou Rua João de Deus;
6. Que se reveja o projeto, promovendo uma avenida verdadeiramente verde, humanizada e integrada, ao serviço das pessoas, da cidade e do ambiente.

Coimbra , 24 de junho de 2025

ASSINAR Petição

Qual a sua opinião?