Reconhecimento da profissão de Animador Sociocultural em Lares e IPSS como profissão de Desgaste Rápido
Para: Governo de Portugal e todos os Grupos Parlamentares da Assembleia da República
Exmos. Senhores(as) Membros do Governo e Deputados da Assembleia da República,
Nós, abaixo-assinados, profissionais da área da Animação Sociocultural — com formação em curso profissional (nível IV), CET, licenciatura, mestrado ou doutoramento — vimos, por este meio, apelar ao reconhecimento da nossa profissão, exercida em lares e IPSS, como profissão de desgaste rápido.
Os animadores socioculturais em contexto geriátrico e institucional desempenham funções de grande exigência emocional, psicológica e física. Diariamente, lidamos com utentes portadores de demência, Alzheimer, Parkinson, AVC, depressão, estados terminais, síndromes demenciais avançadas e múltiplas limitações físicas e cognitivas.
Somos agentes de proximidade e afeto, muitas vezes o único elo entre o utente e a sua identidade social. A nossa presença vai muito além da ocupação do tempo — é terapêutica, emocional e, por vezes, paliativa.
Contudo, apesar da complexidade da nossa missão, continuamos sem qualquer reconhecimento enquanto profissão de desgaste rápido, o que se traduz em:
Falta de compensação face ao desgaste emocional acumulado
Desvalorização profissional e salarial
Ausência de enquadramento digno em políticas de apoio e proteção
Por tudo isto, solicitamos:
1. O reconhecimento formal da profissão de Animador Sociocultural em lares e IPSS como profissão de desgaste rápido;
2. A reavaliação das condições laborais, horários e idade de reforma dos profissionais da área;
3. O reforço da valorização institucional da Animação Sociocultural como pilar essencial no cuidado integral à pessoa idosa.
Gostaríamos também de deixar uma palavra de reconhecimento aos colegas auxiliares de ação direta, cujo trabalho incansável e igualmente exigente merece o devido olhar e valorização por parte das entidades competentes.
-Porque quem cuida, também precisa de ser cuidado.
Com os meus respeitosos cumprimentos,
Rafael Malheiro e Animadores Socioculturais