Apelo urgente para intervenção no controlo de praga de pombos na cidade de Ribeira Grande, ilha S. Miguel, Açores
Para: Exmos Sr. Presidente e Vice Presidente da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores. Srs Secretários Regionais. Srs Deputados da ALRAA. Exmos Srs Presidente do Governo Regional dos Açores e Vice-Presidente
A Sua Excelência, o Sr Presidente da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores
A Sua Excelência, o Sr Vice-Presidente da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores
Aos Srs Secretários Regionais
Aos Srs Deputados da ALRAA
A Sua Excelência, o Sr Presidente do Governo Regional dos Açores
A Sua Excelência, o Sr Vice-Presidente do Governo Regional dos Açores
Na qualidade de cidadão preocupado com a saúde pública, a preservação do património histórico e a qualidade de vida na cidade de Ribeira Grande, venho aqui manifestar a minha indignação contra uma situação lastimável que, está a ocorrer na cidade da Ribeira Grande já desde os últimos anos.
Temos um grave problema de saúde pública naquela cidade nortenha, da ilha de S. Miguel e sobre o qual, as autoridades regionais competentes na matéria, são completamente negligentes.
Inclusivamente, esta situação já foi reportada nas redes sociais durante o ano de 2024 e com fotos a ilustrar a repugnante e inaceitável situação na entrada dos internamentos do Centro de Saúde de Ribeira Grande e do Museu do Fransciscanismo.
Temos uma praga de aves columbiformes na Ribeira Grande que, deixam as ruas, passeios, varandas e fachadas de edifícios históricos, imundas com dejectos e penas daqueles columbídeos.
Os dejectos das pombas são uma séria ameaça à saúde pública dos cidadãos e turistas que circulam naquelas ruas, bem como ás pedras das fachadas dos edifícios. Os pombos são um vector transmissor de doenças para os seres humanos e algumas delas, perigosas.
Flavio de Queiroz Telles, médico infectologista e professor do Departamento de Saúde Coletiva da Universidade Federal do Paraná, Brasil, explica que “o contato da pele e mucosas com os excrementos de pombos, pode ocasionar doenças alérgicas, reações anafiláticas (reações alérgicas repentinas) graves”. Ainda segundo aquele médico, as fezes de pombos podem transmitir algumas doenças. Entre elas:- salmoneloses, psitacose (febre dos papagaios), meningite, histoplasmose (infecção fúngica) e a criptococose (infecção pulmonar), além de doenças alérgicas” e ornitose.
Conforme explica o especialista, “a principal doença transmitida por fezes de pombos é a criptococose, transmitida pela inalação de esporos do Cryptococcus neoformans, que se desenvolvem em fezes de pombos e de outras aves (psitacídeos ou periquitos e papagaios, andorinhas, etc)”.
Há uma explicação: as fezes de aves contêm ureia e creatinina, que são nutrientes para Cryptococcus. Portanto, quando as fezes se desidratam no ambiente, podem conter grande quantidade de esporos que, ao serem levados pela corrente de ar, podem ser inalados por seres humanos e animais.
Ainda conforme o dr. Flávio, a maioria dos humanos infectados (que inalaram o fungo), não apresenta nenhuma manifestação clínica, mas “pacientes imunodeprimidos, usuários de corticosteroides e imunobiológicos podem ter maior risco de desenvolver criptococose”.
De acordo com o infectologista, a forma mais comum da doença é a meningite (processo inflamatório das meninges) ou meningoencefalite criptocócica (infecção causada pelo Cryptococcus neoformans). Essa doença acomete 250 mil pacientes no mundo todos os anos e chega a matar 20% dos infectados, dependendo do país.
Além disso, também pode causar sequelas graves: alterações da visão ou da audição, crises convulsivas, paralisias e até mesmo pneumonia, com menos frequência.
Outro dano causado pelos excrementos do pombo é que, em contato com a chuva, eles geram ácidos que corroem e danificam edifícios históricos.
É muito importante para a nossa saúde controlar a população desses animais na comunidade, fazendo com que eles procurem locais mais adequados para viver e longe das cidades. Um pombo na cidade vive em média 4 anos, enquanto que em seu ambiente natural pode viver até 15 anos.
Infelizmente, os defensores dos direitos dos animais, bem como, a atual legislação em vigor, não permitem o abate daquelas aves. E com isto, está-se a criar um problema de saúde pública grave. Além disso, as autoridades regionais competentes na matéria que, deviam fazer o controlo populacional desta praga, não o fazem! E, quer a Câmara Municipal da Ribeira Grande, as juntas de freguesia e as associações ambientalistas também não se preocupam com este grave problema. Estão fechados nos seus gabinetes e departamentos e ninguém quer saber! Se fosse um problema de saúde pública para que laboratórios, médicos e farmacêuticas lucrassem muito dinheiro, já estaria certamente, o problema resolvido! Todos querem atrair mais turismo para a ilha de S, Miguel e para a Ribeira Grande, mas para quê? Para mostrarem aos turistas uma cidade histórica do século XVI imunda e infestada de pombos, ratazanas e excrementos?! Isto é inadmissível e inaceitável. Não há condições de higiene e segurança para os cidadãos residentes, nem para os turistas!
As autoridades regionais estão tão preocupadas com a preservação do nosso património histórico regional que, nem sequer permitem que os proprietários de imóveis no centro histórico da Ribeira Grande, façam obras como gostam e querem. Enquanto permitem que pragas como ratazanas, térmitas e pombos sujem e destruam esse mesmo património que é protegido por legislação regional e nacional tão restritiva! Não é uma hipocrisia, por parte da Câmara Municipal da Ribeira Grande, da Direção Regional da Cultura e da Direção Regional do Ambiente e Alterações Climáticas?!
Lamentavelmente, chegamos ao cúmulo do ridículo e do absurdo de, em nome da defesa dos direitos animais, deixarmos proliferar pragas como é o caso dos pombos e colocando em risco a saúde pública e a higiene e segurança dos cidadãos e edifícios públicos e privados!! Confesso que, gosto de animais e não sou contra os direitos dos animais. Mas tem que haver regras e limites para tudo. Gostaria de saber, o que comem ao almoço e ao jantar, esses senhores infestados de hipocrisia e pseudo-moralidade, que dizem defender as causas ambientais e os direitos dos animais. Serão vegetarianos?! O Estado sabe muito bem, fiscalizar os privados no que respeita a legislação de higiene , segurança e proteção do património histórico e empresas privadas, mas na sua própria casa, não fiscaliza! É caso para dizer:-" Em casa de ferreiro, espeto de pau." O Estado é o maior incumpridor das leis que ele próprio aprova. É a hipocrisia e a falsidade dos medíocres políticos actuais que, nos (des)governam.
É vergonhoso que, os utentes do Centro Saúde de Ribeira Grande, tenham que levar todas as vezes, com merda de pombo na cabeça, sempre que entram pela entrada do antigo convento franciscano, para visitarem os seus familiares internados naquela instituição de saúde. O mesmo problema acontece também, para quem visita a igreja barroca da antiga Misericórdia da Ribeira Grande, localizada na esquina do Largo 5 de Outubro.
É, pois, imperativo que se tomem medidas urgentes e eficazes, tais como:
Elaboração de um plano regional de controlo de pragas urbanas, com foco nos pombos.
Promoção de campanhas de sensibilização contra a alimentação destas aves.
Instalação de dispositivos dissuasores em edifícios públicos e históricos.
Desinfestação e limpeza frequente de zonas críticas, como o Centro de Saúde.
Revisão da legislação vigente para permitir ações de controlo com base científica e sanitária.
Queremos continuar a acolher bem quem nos visita, mas não à custa da saúde dos cidadãos nem da imagem degradada da nossa cidade.
Por tudo isto, os abaixo-assinados solicitam a intervenção urgente das autoridades competentes na resolução deste problema de saúde pública e degradação patrimonial, que envergonha todos os que vivem, trabalham ou visitam a Ribeira Grande.
Ribeira Grande, 15 de maio de 2025
Os cidadãos abaixo-assinados
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Assinaram a petição
32
Pessoas
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