Basta de Silêncio – Medidas Urgentes Contra o Bullying nas Escolas da Madeira
Para: Presidente do Governo Regional da Madeira
Destinatário: Exmo. Presidente do Governo Regional da Madeira
Exmo. Sr. Presidente,
Sou mãe, cidadã e alguém profundamente ligada à realidade emocional das nossas crianças. Escrevo esta petição com o coração apertado, como muitos nesta região, após a trágica morte de uma menina de apenas 12 anos no Funchal. Uma menina com um futuro pela frente, que nos deixou, alegadamente, por não aguentar mais o sofrimento causado por bullying, e o mais doloroso: tudo isto podia ter sido evitado.
Quantas mais vidas têm de se perder para compreendermos que o bullying mata?
Este caso não é isolado. O silêncio, o medo e a falta de ação são cúmplices de uma dor que se instala nas escolas e se arrasta pelas casas, pelas famílias e pelas comunidades. As escolas precisam de ser lugares de segurança emocional, de proteção real, de empatia. Precisamos de agir. Agora.
O que propomos:
1. Plano de Ação Regional Imediato: Um plano ajustado à realidade da Madeira, com base no programa nacional “Escola Sem Bullying. Escola Sem Violência”, mas com reforço de medidas práticas e locais.
2. Mais Psicólogos nas Escolas: Cada escola precisa de profissionais de saúde mental prontos a intervir, a acolher, a escutar, a agir.
3. Formação para os Educadores: Professores, auxiliares e todo o pessoal escolar devem ter formação contínua para saber identificar e responder a casos de bullying.
4. Campanhas de Sensibilização Reais: Não queremos cartazes para inglês ver. Queremos ações contínuas que promovam respeito, empatia e responsabilidade emocional.
5. Canal de Denúncia Anónimo e Seguro: Crianças e pais devem poder denunciar sem medo. O silêncio tem de deixar de ser a única opção.
6. Intervenção Psicológica para Todos os Envolvidos:
• Acolhimento de Emoções: Programas que ensinem as crianças a nomear, sentir e processar o que vivem por dentro.
• Apoio às Vítimas: Porque quem sofre precisa ser cuidado.
• Apoio aos Agressores: Porque quem agride muitas vezes também carrega feridas. Precisam de ajuda antes de causar mais danos.
• Protocolos de proteção imediata: Que garantam segurança e apoio a quem denuncia e a quem sofre.
7. Reconhecimento Legal:
• Criminalização do Bullying como crime autónomo e público. O Estado tem de poder intervir sem precisar que uma criança peça socorro formalmente. O bullying não pode continuar a ser tratado como algo menor.
Estas medidas não servem só para punir. Servem para proteger, prevenir e transformar. Servem para garantir que nenhuma criança se sente invisível ou desprotegida. Servem para dar voz a quem já gritou em silêncio durante tempo demais.
Assinamos esta petição porque acreditamos que o futuro começa no que prevenimos, e cuidamos e protegemos hoje.
Com urgência,
Sofia Carolina Silva - Mandatária ADN