Petição para manter as 6.ªs feiras à tarde livres - Horário escolar EPDRA - Escola de Desenvolvimento Rural de Abrantes
Para: Exmo. Senhor Presidente da Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo / Presidente da Câmara Municipal de Abrantes / Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares
Somos pais e/ou encarregados de educação de alunos que frequentam a Escola Profissional de Desenvolvimento Rural de Abrantes. Não conhecendo os dados estatísticos, sabemos que muitos alunos não vivem no concelho de Abrantes, sendo provenientes de vários concelhos do distrito de Lisboa, do Porto e também da região do Algarve.
Fomos informados na reunião que decorreu no dia 14 de outubro de 2024, 1.º dia de aulas para os alunos da turma L1, que os nossos filhos / educandos iriam passar a ter aulas à sexta-feira à tarde para haver uma maior probabilidade de serem lecionadas as horas de formação exigidas no ensino profissional, porque não existiriam autocarros para Abrantes após o dia 26-06-2025.
Quando apoiámos os nossos filhos / educandos na escolha da EPDRA para prosseguirem os seus estudos, tínhamos a informação de que a escola terminava as aulas à hora de almoço de sexta-feira para permitir aos seus alunos regressarem a casa. Aceitámos que adolescentes ficassem longe de casa, com o impacto que essa situação tem nas relações familiares e no equilíbrio de qualquer individuo, e os custos e riscos acrescidos com as deslocações, porque saíam da escola à hora do almoço, dispondo ainda da tarde de sexta-feira para regressar a casa. A sexta-feira era o dia preferencial para a ida ao médico porque não perdiam tanta matéria, era a tarde ou final de dia que permitia que o fim de semana se passasse melhor em termos de organização para a semana seguinte, descanso, outras atividades / formação, e manutenção das relações familiares, porque ao domingo à tarde têm de rumar às Mouriscas.
Estamos convictos de que a escola em questão é uma mais-valia para o concelho. Ter os nossos filhos / educandos a frequentá-la contribui fortemente para a sua continuidade, como uma referência, trazendo prestígio e notoriedade ao concelho de Abrantes, contribuindo assim para a melhoria das condições de vida da população local, combatendo o abandono escolar pela oferta formativa diferenciada, permitindo uma sociedade mais sã, eixos diretores de qualquer CIM e Município.
Cremos que terem pais dispostos a pagar táxis, comboios, autocarros para os seus filhos / educandos frequentarem a EPDRA; pais que aceitam a muito difícil tarefa de serem pais e/ou encarregados de educação à distância; pais que abdicam de dias de descanso e fazem muitos quilómetros para participarem em reuniões de encarregados de educação, deverá ser valorizado e respeitado e não desconsiderado. Alterar regras, com um impacto gigante na organização familiar e sucesso escolar, no 1.º dia de aulas, é inconcebível. Temos nesta altura pais a ponderarem mudar os filhos de escola ou abdicar de estarem com eles ao fim de semana, graças a esta alteração no horário, o que não é de todo aceitável.
Para que possam perceber a nossa preocupação, e dando o exemplo de transporte para Lisboa cidade, terminando as aulas às 17H20:
• Se pretenderem autocarro têm de apanhar o que sai das Mouriscas às 17H38, último autocarro, que chega a Abrantes às 18H05. Aí têm de aguardar, cerca de 2 horas, pelo autocarro que sai de Abrantes às 20H00, também o último autocarro, para chegar a Lisboa às 21H45
Nesta opção os alunos têm de trazer as malas de manhã para a escola porque não têm tempo para as ir buscar ao internato ou local onde pernoitem durante a semana; a escola, que já tem bastantes problemas em garantir que os pertences dos alunos não são furtados, pode passar a ter muitos mais alunos carregados com os seus pertences durante todo o dia de aulas - estamos a falar de malas com alguma dimensão porque têm de ter a sua roupa de trabalho, que se suja e molha muito, e a roupa normal, acrescida da roupa de cama e toalhas para a sua higiene para toda a semana - tendo de sair rapidamente no termino das aulas para garantir qua apanham o autocarro, porque é o último autocarro do dia. Em Abrantes também só têm o autocarro da 20H00.
• Se os alunos forem de comboio têm de apanhar um táxi até ao apeadeiro das Mouriscas – o que já acontecia quando saíam à hora de almoço, mas que agora não sabemos se os táxis aceitam o serviço ao final da tarde, até porque a Sra. Augusta reformou-se – e só dispõem do comboio das 19H33 que chega ao Entroncamento às 20H24; se não houver atrasos devem conseguir apanhar o comboio para Lisboa das 20H41 que chega a Lisboa às 22H05, mas que caso o percam ainda têm mais dois comboios regionais para ir para Lisboa.
Seja no terminal dos autocarros de Abrantes, seja no apeadeiro das Mouriscas, ou na estação do Entroncamento, tememos pelo tardar da hora, iluminação e segurança nos locais.
Pela experiência que já temos com os transportes, sabemos que a Comboios de Portugal faz frequentemente greves e suprime comboios…
• Se os nosso filhos / educandos não tiverem transporte, onde é que eles vão ficar? Mesmo que a escola consiga abrir a exceção e abrir o internato, quem vai buscar o aluno carregado com os seus pertences ao apeadeiro?
• Sim, sabemos que como pais / Encarregados de Educação temos que assegurar o bem-estar e segurança dos nossos filhos, mas esta não era a realidade que tínhamos quando tomámos a decisão de irem estudar para a EPDRA. O horário completo à sexta-feira não dá qualquer margem para erro, isto ainda sem saber se vão conseguir assegurar os táxis…
• Estamos a falar de regressar à capital cidade. E como vão para a zona de Sintra? Ou para a região do Oeste?
A Escola Profissional de Desenvolvimento Rural de Abrantes está a tentar alterar a sua organização – sobretudo alterando as datas em que se realizam os estágios – para ser possível a partir do próximo ano manter as sextas-feiras à tarde livres e acabar o ano letivo mais cedo, não sendo necessário prolongar o transporte para além do período escolar.
A solução encontrada para este ano é que não foi de todo feliz: a CIM e a Câmara Municipal de Abrantes prosseguem o seu caminho como se nada se passasse, apesar da missão de cada um; os alunos podem ficar mais cansados, mais distantes da família e do seu mundo para além das Mouriscas, podem ter de mudar de escola ou pura e simplesmente desistir; os pais podem suportar o acréscimo de custos para tão pouco tempo de qualidade, o cansaço e a desmotivação dos filhos, serem pais / encarregados de educação sem sequer terem o direito a ter informação atempada sobre situação tão impactante na vida dos alunos / família.
Cremos que não terá sido só o ano passado que uma turma teve de ficar duas semanas para além do chamado período escolar, mas só o ano passado é que ficaram sem transportes, tendo a Câmara disponibilizado transporte por especial favor e excecionalmente. Que alteração ocorreu, que informação foi dada à escola e com que antecedência, e como é que nós, pais / encarregados de educação, só somos informados no 1.º dia de aulas que, para o 3.º ano do Curso de Gestão Equina foi no dia 14 de outubro conforme já referido.
Por tudo o exposto, solicitamos a vossa melhor colaboração para podermos em conjunto dar a estes alunos estabilidade, segurança e continuidade nos estudos.
PORQUE NÃO SE ALTERAM AS REGRAS COM EFEITO IMEDIATO A MEIO DO JOGO, HÁ QUE MANTER O HORÁRIO LIVRE ÀS 6.ªS FEIRAS À TARDE NA EPDRA