" Colégio dos Olivais" ao serviço da Educação e da Comunidade

PETIÇÃO PÚBLICA
Há momentos em que devemos fazer ouvir as nossas vozes a quem tem a força e o dever de decidir. Viver a realidade é o melhor rastilho que, antes ou depois de uma qualquer indignação justificada, e esse tempo já foi há muito ultrapassado, como se descreverá, para fazer convergir a urgência da solução que se propõe para uma realidade que dela precisa.
O problema com os apoios aos docentes deslocados em Lisboa, provenientes de outros pontos do país, é um assunto que nos toca a todos. A procura de soluções variadas, já parcialmente implementada, é comprovadamente insuficiente e cara e não nos dispensa de darmos o nosso contributo em tal matéria, na medida dos meios ao nosso alcance.
Sem querermos qualificar a omissão, embora demasiado evidente e chocante, a verdade é que dispomos de um edifício contíguo à Escola Secundária de Eça de Queirós, o antigo Colégio dos Olivais, que na década de 80 foi integrado na Escola para ser utilizado como espaço de aulas, Biblioteca, Refeitórios e outros serviços docentes e administrativos, e que, desde meio da década de 90, se encontra ao abandono e em avançado estado de degradação, sem qualquer tipo permanente de serviço ou apoio à escola e à comunidade envolvente.
A Parque Escolar, agora Construção Pública, recusou disponibilizá-lo para albergar os alunos do 5.º e 6.ºs anos, quando a Escola Básica ainda se encontrava por construir.
Neste momento, de nada serve, encontrando-se entaipado e vedado, numa espécie de réplica do que de pior se pode oferecer à vista humana, a lembrar os” muros” que queremos ver desaparecer na Europa, mas que a mesquinhez paroquial dos “donos” parece querer manter neste país.
Chegou o tempo de exigirmos a mudança desta paralisia que nos envergonha a todos.
Neste sentido, vimos pedir a V. Exas que tomem posição e que intervenham seguindo a sugestão que deixamos:
1.º Reabilitação integral do edifício do antigo Colégio dos Olivais e zonas envolventes.
2. Que o R/C e o 1.o andar, com entrada pela Rua Cidade de Benguela, seja destinada a alojamento transitório de docentes em mobilidade em Lisboa, por ter todas as infraestruturas adequadas (casas de banho, espaço para quartos com casa de banho privativa, sala de refeições e um pequeno ginásio), desde que devidamente intervencionadas.
3. Que todos ao andares inferiores e independentes, com entrada pela Escola Secundária Eça de Queirós, sejam confiados à direção da mesma, para albergar os cursos profissionais e outras ofertas culturais e artísticas à comunidade escolar e envolvente, por esta ser deficitária em tais áreas e poder ser uma mais-valia para os cursos profissionais de Multimédia, Teatro, Expressão Dramática e outros.
Estamos certos de que a expressão de vontade da parte dos subscritores vai provocar em V. Exas a adesão e vontade políticas que transformarão em trabalho prático, mediante uma intervenção que não é apenas necessária, mas urgente, atentas as finalidades apontadas e que são hoje para todos nós um dever de consciência e de justa utilização dos bens que são de todos.
Lisboa, 29 de junho de 2024
A Diretora do Agrupamento de Escolas de Eça de Queirós

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