Reconhecer a PHDA no Adulto como Deficiência Oculta

A Perturbação de Hiperatividade e Défice de Atenção (PHDA) é uma condição neuropsiquiátrica frequentemente associada à infância, mas que também afeta um número significativo de adultos. Estima-se que cerca de 60% das crianças com PHDA continuem a manifestar sintomas na idade adulta, embora estes possam apresentar-se de forma diferente.

Nos adultos, a PHDA caracteriza-se por um conjunto de sintomas que incluem a desatenção, a impulsividade e, em alguns casos, a hiperatividade. Estes sintomas podem ter um impacto significativo na vida pessoal, profissional e social dos indivíduos, dificultando a realização de tarefas quotidianas, a gestão do tempo, a organização e a manutenção de relacionamentos saudáveis.

Os sintomas mais comuns, presentes no adulto com PHDA são:

Desatenção: Dificuldade em manter a concentração, esquecimentos frequentes, problemas em seguir instruções detalhadas e em concluir tarefas.
Impulsividade: Tomada de decisões precipitadas sem considerar as consequências, interrupção frequente de conversas e dificuldade em esperar a sua vez.
Hiperatividade (ainda que menos comum que em crianças): Sentimento de inquietação constante, dificuldade em permanecer sentado durante longos períodos e procura constante de atividades estimulantes, ou ainda a hiperatividade mental, dificultando o poder de concentração, raciocínio e memória.

A PHDA não tratada pode levar a diversas complicações na vida adulta, incluindo dificuldades em manter empregos, baixo desempenho no trabalho e relações tensas com colegas e superiores, conflitos frequentes com familiares, parceiros e amigos, comportamentos impulsivos, maior risco de depressão, ansiedade, assim como outros problemas de saúde mental, devido à frustração acumulada e baixa autoestima.

É crucial que a PHDA no adulto seja reconhecida e tratada de forma adequada. Infelizmente, muitos adultos em Portugal ainda enfrentam dificuldades no diagnóstico e no acesso a tratamentos eficazes. A falta de compreensão e de recursos dedicados agrava a situação, perpetuando o ciclo de dificuldades enfrentadas por estes indivíduos.

Tal como a Perturbação do Espectro do Autismo (PEA), a PHDA deve ser reconhecida como uma deficiência oculta. Este reconhecimento é fundamental para garantir que os indivíduos afetados possam ter acesso a apoios e adaptações necessárias, tanto no ambiente de trabalho como noutras áreas da vida. A PHDA, embora não visível, pode ser profundamente incapacitante e requer uma abordagem compreensiva e inclusiva por parte da sociedade.

Os tratamentos eficazes para a PHDA incluem a terapia cognitivo-comportamental, o uso de medicação (muito cara) e implementação de estratégias de gestão do tempo e organização. Com o apoio adequado, os adultos com PHDA podem alcançar uma melhoria significativa na sua qualidade de vida.

Solicitamos, portanto, uma maior atenção das autoridades de saúde pública e dos responsáveis políticos para esta condição. É essencial implementar medidas que facilitem o diagnóstico precoce e o acesso a tratamentos eficazes, bem como promover a sensibilização da população sobre a PHDA no adulto. Além disso, apelamos ao reconhecimento da PHDA como uma deficiência oculta, garantindo assim direitos e apoios equivalentes aos disponibilizados para outras condições neurodivergentes, como a PEA.

Ao assinarem esta petição, estão a apoiar a causa de milhares de portugueses que lutam diariamente contra os desafios impostos pela PHDA, contribuindo para um futuro mais inclusivo e compreensivo.

Agradecemos o vosso apoio e empenho nesta causa vital para o bem-estar de muitos cidadãos.

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