Por uma Caixa Geral de Depósitos ao serviço do País que valorize os seus Trabalhadores
Para: Exmo. Senhor Presidente da República; Exmo. Senhor Presidente da Assembleia da República; Exmo. Senhor Primeiro-Ministro; Exmos. Grupos Parlamentares da Assembleia da República
Exmo. Senhor Presidente da República
Exmo. Senhor Presidente da Assembleia da República
Exmo. Senhor Primeiro-Ministro
Exmos. Grupos Parlamentares da Assembleia da República
Excelências
Nos últimos anos temos assistido à preocupante e contínua degradação da missão da Caixa Geral de Depósitos enquanto Banco 100% PÚBLICO que deveria estar ao serviço da economia nacional e do país, apoiando as famílias e as empresas quando estas mais necessitam, nomeadamente, perante os valores exorbitantes das taxas de juro que se traduzem em aumentos incomportáveis nas prestações mensais.
A Caixa Geral de Depósitos atualmente é gerida segundo a matriz de gestão de um Banco Privado, ignorando por completo a sua responsabilidade social, encolhendo progressivamente o seu enraizamento no território nacional, tendo encerrado mais de 300 Balcões desde 2012, perdendo quota de mercado, avaliada negativamente nos índices de satisfação de clientes e ocupando as posições cimeiras dos Bancos com mais reclamações em Portugal.
Por outro lado, assiste-se também à contínua degradação das condições de trabalho na CGD, com mais de 3500 trabalhadores a serem dispensados desde 2012, impactando negativamente no serviço prestado aos clientes, que se deparam frequentemente com filas de espera intermináveis e morosidade no tratamento dos processos.
Os trabalhadores que dão a cara perante as reclamações dos clientes, revoltados com os largos tempos de espera, por vezes sujeitos a agressões físicas e verbais, são os mesmos que de forma imoral e discricionária, continuam penalizados na sua carreira que se encontra congelada em 4 anos (2013-2016) e com aumentos salariais continuadamente abaixo dos valores da inflação.
Mas como se tudo isto não fosse suficiente para a profunda degradação das suas condições laborais, esses trabalhadores, estão ainda sujeitos a uma enorme pressão para a concretização de objetivos irrealistas, realizam milhares de horas de trabalho suplementar não remuneradas, trabalham com sistemas informáticos deficitários, sofrem práticas de assédio com a cumplicidade da Administração, espoletando-se assim, o aumento e agravamento de doenças do foro psíquico (burnout e depressão).
Os lucros, por sua vez, fruto do árduo e empenhado trabalho de todos os seus trabalhadores, têm crescido a níveis recorde, em 2023 é superior a todos os restantes Bancos a atuar em Portugal, correspondendo a 1291 milhões de euros.
Exigimos inverter este ciclo de degradação da missão e valores que deveriam pautar a gestão da Caixa Geral de Depósitos, através de um conjunto de medidas que a voltem a colocar, na condição de Banco de referência no Setor Financeiro Português, designadamente:
• Estabelecer um limite ao aumento das taxas de juro nas prestações dos créditos à habitação e criação de uma moratória por um ou dois anos que possibilite interromper o pagamento de capital e juros, sem penalização no período remanescente do contrato, protegendo-se milhares de famílias do risco de incumprimento;
• Limitação ao aumento das comissões bancárias que permita à CGD influenciar positivamente a redução das comissões praticadas neste setor;
• O fim do encerramento de Balcões, garantindo-se a proximidade das populações sem restrições de acesso a todos os serviços Bancários, potenciando a quota de mercado e a coesão territorial;
• Valorização e dignificação das condições de trabalho, através da contratação de trabalhadores sem recurso ao trabalho precário (Outsourcing), atualizações salariais acima da inflação que permitam recuperar o poder de compra perdido, recuperação dos 4 anos de carreira (2013-2016), pagamento de todo o trabalho suplementar realizado e o fim das práticas de assédio;
• Intervenção e responsabilização do Governo como representante do acionista único – Estado, nas decisões estruturais da CGD em matéria laboral e Social, nomeadamente, quanto ao encerramento de Balcões;
• Nomeação de uma Administração da CGD comprometida com a missão e valores desta Grande Empresa de capitais exclusivamente públicos, com quase século e meio de existência, na prossecução do desenvolvimento económico, social e territorial do País.
ASSINA ESTA PETIÇÃO, DEFENDE O NOSSO BANCO PÚBLICO!
A DIREÇÃO DO STEC – SINDICATO DOS TRABALHADORES DAS EMPRESAS DO GRUPO CAIXA GERAL DE DEPÓSITOS