Licença de amamentação
Para: Exmo. Presidente da República
Quando sairemos do modelo da agropecuária em relação à licença de amamentação?
As medidas de apoio à parentalidade visam permitir maior disponibilidade parental nos cuidados e “envolvimento nutricional afetivo” com o bebé. É um dever da sociedade facilitar este processo.
Sabemos que o cérebro da criança até 1 ano desenvolve-se como noutros mamíferos ocorre in útero. Sabemos que isto permite uma maior plasticidade neuronal na adaptação ao ambiente - com criação de sinapses dependentes do envolvimento afetivo. Sabemos que promover um contexto salutar na primeira infância é a maior aposta na saúde mental que se pode fazer.
Porque é que ainda continuamos a falar de licença de amamentação? É menos Mãe quem não amamenta? Tem menos direitos?
Retirem a mulher da categoria alimentar e coloquem-nas na categoria humana. Sim, é essencial uma licença parental de promoção de tempo para cuidados, de tempo para regularizar o sono dos cuidadores, de tempos para evitar um esgotamento parental numa fase em que os cuidadores são realmente essenciais no processo de desenvolvimento de um bebé.
Chega de pedir declarações mensais a comprovar amamentação (para as mãe que amamentam). Assumam-se direitos estipulados, para todas as mãe, de redução de 3h/dia até 1 ano e 2h/dia até 2 anos e quem sabe 1h/dia até aos 3… A partir de um ano estas medidas terão que ser de usufruto exclusivo materno ou o casal parental pode escolher?
Qualquer hipótese é mais digna de ser colocada em cima da mesa para reflexão, mas tratar as mães como objetos industriais de produção de leite é desrespeitoso….
Temos que continuar a basear direitos numa função alimentar corporal ou podemos não ser cúmplices de uma falácia que nos leva a ter Leis assentes em pressupostos falsos?!
A nutrição essencial para um bebé é a afectiva!