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VIVER a escola, sem ecrãs de smartphones: AE Martim de Freitas - Coimbra

Para: Exmo. Senhor Diretor do Agrupamento de Escolas Martim de Freitas (Coimbra)

Petição pública subscrita pela comunidade escolar do Agrupamento de Escolas Martim de Freitas (AEMF): mães, pais e encarregados de educação de crianças que frequentam escolas do Agrupamento; profissionais de educação que trabalham no Agrupamento (professores, educadores, assistentes operacionais, assistentes técnicos, técnicos superiores e especializados).

Abaixo assinado a favor da criação de regras restritivas quanto ao uso de telemóveis smartphones na escola, em prol da socialização das crianças nos recreios. Para que socializem, conversem cara-a-cara e brinquem. Para que os casos de cyberbullying e contacto com conteúdos impróprios para a sua idade, diminuam.

Num momento em que vários países e cada vez mais escolas em Portugal já avançaram com a interdição do uso de telemóveis nas escolas (quer em espaços letivos, como não letivos), os cidadãos abaixo assinados, apelam à direção do AEMF a tomada de decisão que vise a proibição do uso de telemóvel, pelos alunos, em contexto escolar.

O cenário a que se assiste atualmente nos recreios das escolas são crianças a jogar online e a falar através de WhatsApp, embora se encontrem no mesmo espaço físico. Infelizmente nem todos os pais fazem controlo parental e os telemóveis dos amigos, na escola, acabam por ser um veículo de acesso a conteúdos impróprios para a sua idade. Os smartphones, dão-lhes um mundo enorme de possibilidades que acabam por ser viciantes e lhes retiram tempo para outras atividades de socialização. Não devemos permitir que isso aconteça na escola, em prol da saúde física e mental das crianças, para que os recreios sejam recreios e que as crianças não se isolem individualmente ou em pares à volta de um telemóvel.

Deve ser prioridade estimular e fomentar a interação verdadeira, cara-a-cara, para que as crianças possam demonstrar as suas emoções através de expressões faciais e não através de um ecrã, e nesse sentido desenvolver laços de amizade e aprendizagens para uma socialização normal.
Consideramos que permitir a utilização de telemóveis nos recreios está a alterar os padrões de socialização das crianças e a sua integração de forma saudável. Crianças de escolas onde recentemente foram implementadas restrições, descrevem um aumento significativo do seu bem-estar.

Num país em que atualmente 95% das crianças com mais de 10 anos já têm telemóvel, é urgente estabelecer novas regras nas escolas. A UNESCO já se pronunciou sobre os malefícios provocados pelo excesso de tempo diante de ecrãs, considerando-o uma questão de saúde pública. Apelou aos países que tomem medidas para que o uso de telemóveis nas escolas seja banido, de forma a combater a desatenção nas salas de aula, melhorar a aprendizagem e proteger as crianças do cyberbullying, uma vez que há provas que o uso excessivo de telemóveis está relacionado com pior desempenho escolar e desestabilização emocional das crianças.

O Ministro da Educação aguarda um parecer do Conselho de Escolas sobre esta temática. Independentemente do sentido desse parecer e eventuais subsequentes recomendações, os cidadãos abaixo assinados solicitam, concretamente, à direção do AEMF:

1) Que crie o seu próprio regulamento, quanto ao uso do telemóvel na escola, tal como várias escolas públicas o fizeram recentemente e muitas privadas há já longos anos;
2) Esse regulamento interno deverá ir no sentido da total proibição da utilização do telemóvel, tanto na sala de aula como no recreio;
3) Que unicamente se permita o uso de telemóvel na saída, junto à Portaria, de modo a que as crianças possam contactar os seus pais. Na Portaria só se deverão encontrar os alunos que já acabaram as aulas e estão à espera dos pais;
4) Que agilize a possibilidade de haver local próprio (p.ex. caixas) para a colocação dos telemóveis à primeira hora e onde os alunos possam recolhê-los no final da última aula; em alternativa os alunos poderão usar os seus próprios cacifos ou mesmo manter os telemóveis nas mochilas, desligados;
5) Que não incentive o uso do telemóvel nas salas de aula (a pedido dos professores). Tendo em conta que há crianças que não têm, esta prática evidencia uma diferença entre elas, sendo uma forma de exclusão. Computadores (portáteis dos alunos ou existentes na escola) devem ser usados para as pesquisas, não o telemóvel.

Em conclusão:
Os cidadãos abaixo assinados, consideram urgente a definição de regras restritivas para o uso de telemóveis nas escolas do AEMF, por forma a reduzir o seu uso ao mínimo indispensável, concretamente a necessidade de contactar os pais em situações urgentes. Consideramos que isto abrirá espaço a um recreio mais ativo, diversificado e saudável para as crianças.

Coimbra, 12 de Outubro de 2023

ALGUMAS REFERÊNCIAS:
Carmo, D. (2023/10/1). Sem telemóveis na escola: “Foi quase como se tivesse tido permissão para brincar”. Jornal Público.
https://www.publico.pt/2023/10/01/sociedade/reportagem/telemoveis-escola-quase-autorizacao-brincar-2065140

Carvalho Pereira, R. (2023/07/26). Unesco pede que telemóveis sejam banidos nas escolas. TSF.
https://www.tsf.pt/futuro/unesco-pede-que-telemoveis-sejam-banidos-nas-escolas-16754445.html

Cortez, A.C. (2023/04/16). O digital no ensino: uma fábrica de cretinos. Diário de Notícias.
https://www.dn.pt/opiniao/o-digital-no-ensino-uma-fabrica-de-cretinos-16184553.html?fbclid=IwAR1BkiSYRXsaTcKwDhzk2DL5jvTW7OtJw5bLMcJ7ESbG_pu300OH_ij4N5U

Lusa / DN. (2023/09/6). Ministro pediu parecer sobre uso de telemóvel nas escolas por ser “tema complexo”. Diário de Notícias.
https://www.dn.pt/sociedade/ministro-pediu-parecer-sobre-uso-de-telemovel-nas-escolas-por-ser-tema-complexo-16978135.html

Madaíl, F. (2023/08/13). Expulsar telemóveis das aulas e do recreio. Revista Domingo/ Correio da Manhã.
https://www.cmjornal.pt/domingo/detalhe/expulsar-telemoveis-das-aulas-e-do-recreio

Soares, C. (2023/09/24). Foi um erro dar tecnologia às crianças em idade precoces e, mais tarde, deixá-la entrar na sala de aula sem perguntar à indústria se essas ferramentas fazem sentido e se têm efeitos colaterais. Revista Visão.
https://visao.pt/ideias/2023-09-24-foi-um-erro-dar-tecnologia-as-criancas-em-idades-precoces-e-mais-tarde-deixa-la-entrar-na-sala-de-aula-sem-perguntar-a-industria-se-essas-ferramentas-fazem-sentido-e-se-tem-efeitos-colaterais/

Tavares, J. M. (2023/09/16). Restringir o telemóvel em todas as escolas? Sim e já. Jornal Público.
https://www.publico.pt/2023/09/16/opiniao/opiniao/restringir-telemovel-escolas-sim-ja-2063485

Wong, B. & Fieschi, M. (2023/09/6). Catherine L’Ecuyer: “Se não lhes dermos um smartphone, estamos a fazer-lhes um favor”. Jornal Público.
https://www.publico.pt/2023/09/06/impar/entrevista/catherine-lecuyer-nao-dermos-smartphone-fazerlhes-favor-2061857?fbclid=IwAR1TrMk3X2HGYWYlcAoPl9h7cr4zRh740JDwpKlbK84rjzW6zku6VffU42Y

NOTA: A presente petição contém, com a devida autorização da autora, excertos de: “VIVER o recreio escolar, sem ecrãs de smartphones!”, petição nacional criada em Maio 2023 (que conta com mais de 21.600 assinaturas) e dirigida ao Exmo. Senhor Presidente da Assembleia da República, Senhor Primeiro Ministro, Senhor Ministro da Educação e Direções das Escolas (https://peticaopublica.com/?pi=PT116223).



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Esta petição foi criada em 12 outubro 2023
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