Manifesto "Educação para o futuro"
Para: Comunidade do concelho de Odemira
Educação para o futuro
«Face os múltiplos desafios do futuro, a educação surge como um trunfo indispensável à humanidade
na sua construção dos ideais da paz, da liberdade e da justiça social.»
(UNESCO, 1998)[1].
Não se poderá falar de futuro sem falar de Educação sendo esta o garante da formação de cidadãos ativos, responsáveis e livres e consequentemente da construção de um país melhor. A Escola tem um papel fundamental na educação dos nossos jovens e a Escola faz-se de alunos, de profissionais de educação e de condições materiais mas também de políticas educativas que façam do todo mais do que a soma das partes.
Nos momentos de contestação, em que todos os desafios parecem demasiado grandes para que possam ser resolvidos, importa perceber que problemas existem à nossa escala e de que forma podemos contribuir para os resolver. De entre todos os desafios na ordem do dia, podemos destacar quatro:
- A falta de atratividade da carreira docente e a de outros técnicos superiores.
O impacto no concelho de Odemira já é notório e agravar-se-á nos próximos anos. A falta e custo da habitação no concelho amplia o problema. Não será possível abraçar o desafio e contribuir para uma solução local?
- Condições materiais e de funcionamento das escolas públicas.
Esta falta de condições sente-se desde a climatização dos espaços até ao equipamento de laboratórios. Desde espaços para a prática desportiva autónoma até ao equipamento e mobiliário nas salas de aula e material didático atualizado. Desde a inexistência de espaços equipados para os professores trabalharem até a espaços para alunos. Este desafio não seria possível abraçar?
- Insuficiência de técnicos especializados.
Quem está na Escola sabe que, mesmo que dentro dos rácios nacionais, o número de técnicos é insuficiente. O que localmente podemos fazer?
- Integração de alunos sem proficiência na língua portuguesa.
Este é um desafio que existe no território local e que a Escola procura dar resposta. Encarar de frente o problema, estarmos unidos (cidadãos, profissionais de educação, poder político, instituições e organizações locais) para o resolver nas múltiplas vertentes não seria possível?
Pelo exposto, os cidadãos do concelho de Odemira, abaixo assinados, convictos que a boa qualidade da escola pública é imprescindível para assegurar o futuro dos jovens do território do Litoral Alentejano e mesmo de todo o país, entendem que tudo deve ser feito para proporcionar às escolas as melhores condições materiais e técnicas de funcionamento, mas sobretudo para tratar com dignidade, respeito e justiça, todos os que nelas trabalham diariamente.
Sabemos que, para que os melhores dos nossos jovens venham a ser os professores das próximas gerações, é indispensável prestigiar a função docente, o que inclui igualmente uma valorização das condições de trabalho do pessoal não docente, técnicos superiores e especializados, assistentes operacionais, que sustentam o quotidiano da escola pública.
Solicitamos assim à Assembleia Municipal de Odemira que delibere apoiar os subscritores deste texto, apoiando as suas pretensões a uma escola pública de qualidade, e que se comprometa unir esforços para a dignificação da educação, a bem do futuro do concelho de Odemira e do país.
[1] Relatório para a UNESCO da Comissão Internacional sobre Educação para o Século XXI, 1998.
