Pela Autonomia do Hospital dos Covões e Reforço da Capacidade Assistencial
Para: Presidente da Assembleia da República
A Cidade de Coimbra, sempre se apresentou como “CAPITAL DA SAÚDE” e vem assistindo à MORTE LENTA, e politicamente assistida, de forma impávida e bastante serena, sobre o Hospital dos Covões.
A conivência da classe política eleita pelo DISTRITO de COIMBRA, sempre demonstrou de forma incompetente, um cabal desinteresse pelas populações, quer do nosso Distrito, quer dos 5 Distritos limítrofes, que para cá deslocalizam os seus doentes. Assim tem ficado bem patente e vincada, a posição, quer da Ex-Ministra da Saúde Dra. Marta Temido, quer por um dos Deputados o Dr. Pedro Coimbra, no que aos temas da Saúde diz respeito.
De salientar que é na cidade do Dr. António Arnaut, onde nasceu e morreu essa figura fundadora do SNS, que estão a ser desferidos mais rudes golpes de má gestão do SNS.
Na última década, foi-se assistindo ao desmantelamento e à perda da capacidade de resposta deste hospital de referência, quer no internamento, quer na urgência, sem falar nos cuidados intensivos que, entretanto, foram retirados. Viram-se equipas de excelência serem desmanteladas e distribuídas, de forma dispersa, por outros serviços do universo CHUC. Doentes a serem levados para outras estruturas, até para fazer exames, porque tiraram os recursos todos do Hospital dos Covões.
Alguns dos seus serviços de referência, como Cardiologia, Pneumologia e Laboratório de hemodinâmica foram encerrados, os Cuidados Intensivos desqualificados e as Urgências, anteriormente amputadas nos seus períodos de atendimento, foram episodicamente reativadas por causa da COVID-19. Uma questão de interesses políticos e para tapar o sol com a peneira. Há a realçar que no período Pandémico COVID-19, os profissionais de saúde ali alocados, demonstraram de forma cabal, um GRAU de PROFISSIONALISMO e COMPETÊNCIA fora do vulgar, colocando acima de tudo, o interesse dos utentes em 1º lugar e só depois o interesse próprio ou de terceiros.
Mas o problema está longe de ser apenas uma nova questão conimbricense, para se tornar em algo que tem sobretudo que ver com as Políticas Ideológicas Públicas de Saúde.
A transformação por exemplo das urgências do Hospital dos Covões e a transferência de serviços para os CHUC, apenas levou ao aumento de 25% de macas para os CHUC.
Numa altura em que se devia discutir a eventual abertura de uma TERCEIRA UNIDADE com tais caraterísticas, na região centro, assiste-se, paradoxalmente, ao desmembramento deste Hospital, com a consequente e indesejável sobrecarga dos CHUC, já per si, a rebentar pelas costuras, com a sua capacidade de resposta claramente agravada e a acusar saturação.
É uma das maiores atrocidades o que se pretende fazer, até pela história que o Hospital dos Covões tem ao longo de décadas na Cidade de Coimbra.
Em tempos bastante próximos, o próprio Ministério da Saúde assume, em correspondência enviada à Ordem dos Médicos, a inexistência de qualquer estudo sobre a desclassificação da urgência do Hospital dos Covões e que essa desqualificação nunca poderia ter lugar sem autorização superior e sem a existência de um estudo técnico.
Não poderia, disse a Ordem dos Médicos.
É uma falta de respeito pelos utentes!
Como RESULTADO deste desinteresse AUTOCRÁTICO, no dia 02/12/2022, vem o Partido Socialista VOTAR CONTRA, 2 Projetos de Resolução sobre a Autonomia e o Reforço da Capacidade Assistencial do SNS em Coimbra.
Todas estas decisões, apenas irão, agudizar ainda mais, a DESORGANIZAÇÃO, a BAIXA CAPACIDADE DE ASSISTÊNCIA, o AUMENTO DE CONFLITUALIDADE e DEGRADAÇÃO DAS CONDIÇÕES LABORAIS, já per si, bastante complexas.
É um dever do poder político assegurar que todos os cidadãos tenham acesso a cuidados de saúde de qualidade e atempados num serviço público.
Um Hospital dos Covões a funcionar em pleno é essencial para se cumprir esse dever, continuar a destruí-lo é um crime que lesa a pátria.
Por tudo isto e muito mais: Dizemos SIM ao Hospital dos Covões!”