Fechar a torneira aos relvados inúteis
Para: Presidente da Câmara Municipal de Torres Vedras Laura Rodrigues e Vereadora do Ambiente e Sustentabilidade Dulcineia Ramos
Fechar a torneira aos relvados inúteis
Para: Presidente da Câmara Municipal de Torres Vedras Laura Rodrigues e Vereadora do Ambiente e Sustentabilidade Dulcineia Ramos
As imagens que, infelizmente, nos habituamos a ver de incêndios, de períodos prolongados de seca e de ondas de calor, não são eventos isolados. São evidências de que a crise climática não é um problema do futuro, mas sim um desafio do presente.
O atual ano hidrológico é o segundo mais seco desde, pelo menos, 1931. A partir de janeiro todo o continente entrou em regime de seca. Além das temperaturas elevadas, o país registou já duas ondas de calor. A nível mundial, o último mês foi um dos três meses de julho mais quentes de que há registo.
Com o país em seca severa ou extrema, a Câmara Municipal de Torres Vedras continua a desperdiçar água a regar relvados inúteis, água que acaba muitas vezes a regar o alcatrão. Relvados Inúteis são, por exemplo, aqueles em rotundas e canteiros urbanos que carecem de rega periódica e abundante, onde a relva é um elemento meramente estético, sem qualquer utilização lúdica ou de lazer.
No âmbito da promoção efetiva da poupança de água potável, o município deve interromper imediatamente a rega a estes espaços e implementar uma estratégia para a sua remoção e substituição por plantas e árvores autóctones. Isto é, inclusive, o que exige uma recomendação do Bloco de Esquerda (disponível aqui: https://bit.ly/3c27cLb) aprovada em sessão de Assembleia Municipal a 3 de março de 2020 e que, até hoje, a Câmara Municipal ignorou.
Estas ações permitirão uma redução do consumo de água potável para rega, sendo que a plantação de espécies arbóreas e autóctones, permite a produção de oxigénio, regulação dos cursos de água, tendo também a capacidade de produzir sombra e refrescar as áreas urbanas que, devido à ausência de árvores, estão mais expostas ao sol e ao aumento da temperatura.
Salientamos que o maior controlo sobre a rega tem sido prática adotada em outros municípios e é um contributo efetivo na resposta aos tempos que vivemos de urgência climática. Exemplo disso são a Câmara Municipal de Matosinhos e de Vila Nova de Gaia que já diminuíram a rega aos jardins para poupar água.
Exigimos que a Câmara Municipal interrompa já a rega aos relvados inúteis e os substitua por plantas e árvores autóctones.