Colheita de zaragatoas não é ato médico
Para: Exmos Membros do Conselho de Administração do Centro Hospitalar e Universitário de Lisboa Central
Depois de quase três anos de pandemia, os médicos vêm esclarecer que a realização de colheita de zaragatoa nasofaríngea não é considerado um ato exclusivamente médico, não tendo este de ser realizado pelos mesmos.
Trata-se de um ato que pode ser realizado quer por técnicos de diagnóstico, quer por enfermeiros, não devendo este substituir o tempo que o médico tem para avaliação do doente, que este sim é um ato médico: a colheita da história clinica, exame objetivo, decisão de métodos complementares e o seu pedido, avaliação dos mesmos e plano terapêutico (Regulamento 698_2019 da OM).
É verdade que no inicio da pandemia foram os médicos que se colocaram na linha da frente e se voluntariaram para a realização dos testes, numa situação de exceção, de risco de saúde publica, que não se verifica atualmente. O mesmo raciocínio aplica-se às zaragatoas das lesões cutâneas dos doentes com varíola dos macacos (monkeypox) que são ainda mais consumidoras de tempo, essencial para os médicos observarem os doentes da UGP e reduzirem as listas de espera podendo estes doentes ser enviados diretamente para a Urgência de Dermatologia ao cuidado da equipa multidisciplinar desta especialidade com elevada competência na execução deste procedimento.
Considerando que este procedimento não é crítico na avaliação e orientação destes doentes, pretendemos que a responsabilidade destes procedimentos seja partilhada por todos os Profissionais de Saúde com competência de forma a agilizar a sua realização em tempo útil.
