Pela construção de um Centro de Saúde novo nas Lajes do Pico
Para: Governo Regional Açores - Secretaria Regional Saúde e Desporto
Os abaixo assinados, residentes no concelho de Lajes do Pico - um concelho periférico e alvo de um grave impacto de erosão demográfica traduzido numa realidade social em que mais de 25% da população residente possui idade superior a 65 anos - vem, por este meio reivindicar ao atual Governo Regional o repensar da construção de um novo Centro de Saúde. Esta legítima reivindicação, além de ser suportada na exigência de equidade face à ação realizada pelos anteriores governos regionais nos outros concelhos da ilha, assenta numa visão coletiva de reforço da coesão territorial e da qualidade dos serviços de saúde a um concelho que não merece ser discriminado nem tratado como parente pobre, o que vem acontecendo desde há largos anos.
As Lajes do Pico reivindicam a construção de um Centro de Saúde novo e desafogado, construido de raiz, com boas acessibilidades e que possa responder aos desafios da medicina preventiva e comunitária dos tempos atuais, o que não irá acontecer com o projecto de remodelação projectado para o antigo edifício, projecto esse que obrigou a deslocalização dos serviços para o edifício da antiga escola, (considerado anteriormente como incapaz) com uma adaptação provisória muito precária, que no entanto já está em utilização há mais de 3 anos, merecendo da parte dos funcionários e dos utentes um esforço contínuo de adaptação.
Rejeitamos veemente mais este remendo pensado pelo anterior Governo e chamamos a atenção para a necessidade premente de criação neste Concelho dos indispensáveis cuidados continuados e paliativos, numa comunidade idosa como a nossa.
O velho edificio da Santa Casa da Misericórdia, instituição também vocacionada para o apoio à população, cumpriria muito melhor se fosse reabilitado para a prestação desses cuidados, permitindo a libertacao de lugares tão procurados nos dois lares existentes no Concelho e seria determinante para ajudar a diminuir as listas de espera, dando a cada serviço a dignidade que os seus utentes merecem.
Esta é uma hora em que o Concelho se une em prol de uma decisão estruturante para o futuro da nossa comunidade.
Persistir num erro de quase duas décadas trará consequências irreparáveis para o futuro da população residente e será um duro golpe na coesão social e territonal, tão apregoada pelos vários Governos Regionais.