Pela intervenção da NATO na guerra da Ucrânia
Para: Ex.mo Senhor Presidente da República, Assembleia da República
A 24 de Fevereiro do presente ano de 2022, Vladimir Putin revelou-se capaz do impensável - sem qualquer provação ou motivo aparente, invadiu a Ucrânia, solidificando, de forma inequívoca e completamente voluntária, a sua posição ao lado dos piores tiranos que já passaram pelo nosso velho continente.
Perante toda a comoção, solidariedade pelo povo ucraniano e incompreensão pela bizarria de tamanha barbaridade em pleno século XXI, torna-se aparente que qualquer desfecho para as ações do regime de Putin será, invariavelmente, terrível para todos os envolvidos: para a Ucrânia, para a Europa e para o Mundo, para a própria Rússia e para todos os seus cidadãos, que não pediram, nem escolheram esta guerra.
A consequência mais evidente deste ataque infundado traduz-se num virar de página na história do nosso continente: a aparente paz eterna que era tida como dado adquirido por muitos europeus chegou ao fim.
As atrocidades do século passado ensinaram-nos muitas coisas, sendo uma das mais importantes lições a clara, mas difícil de aceitar, constatação de que é inútil negociar com tiranos, de que as sanções de pouco servem perante as fantasias de autocratas reacionários, de que a não intervenção só prolonga o inevitável. A maldade existe, a imbecilidade existe, a insanidade existe. Mais cedo ou mais tarde teremos de as enfrentar.
Perante a sensação de impotência que acredito ser partilhada por todos os cidadãos europeus, uso as poucas ferramentas a que tenho acesso, incluindo este meio, para apelar que os nossos representantes, líderes das democracias liberais, se juntem numa resposta rápida, firme e inequívoca direcionada contra o regime de Vladimir Putin, de forma a cancelar esta lunática investida e a dissuadir futuras pretensões do mesmo calibre, deixando claro que Putin não vencerá e qualquer desfecho resultará na sua humilhante e profunda derrota.
Escrevo este apelo, como um pacifista, ciente dos riscos que uma possível escalada militar acarreta, mas confiante de que este é o caminho a seguir já que as ações de Vladimir Putin põem em causa não só a sobrevivência do povo ucraniano como a de todos nós numa Europa livre e democrática.
O mal não vencerá. A Ucrânia não ficará sozinha.
