Que o Trace Covid deixe de ser efetuado pelos Médicos de Família
Para: Profissionais de Saúde
Os CSP têm tido um papel fundamental no controlo da pandemia ao assegurar, entre outros, os serviços de ADR (áreas dedicadas aos doentes respiratórios), o seguimento diário de mais de 95% de doentes suspeitos ou confirmados de COVID-19 (através da aplicação TRACE-COVID) e o atendimento de linhas telefónicas dedicadas a doentes com queixas sugestivas da infeção. Adicionalmente, estes mesmos recursos humanos estão, em simultâneo, a exercer outras atividades como: recuperação da atividade não realizada; resposta às situações de doença aguda; consultas telefónicas e presenciais, nas unidades ou no domicílio dos utentes - a grupos vulneráveis e de risco (Saúde Infantil e Juvenil, Saúde Materna, Planeamento Familiar, Diabetes, Hipertensão) e a todos os utentes com necessidades em saúde; rastreio do cancro do colo do útero; orientação de resultados de exames enviados por e-mail; resposta a inúmeras atividades burocráticas (atestados para carta de condução, declarações para Centros de Dia, declarações para cuidador informal, declarações para atestados multiusos ou invalidez, pedidos para referenciação hospitalar…).
Numa altura em que o risco de mortalidade por outras causas ultrapassa o risco de mortalidade por Covid 19 é urgente a priorização de atividades nos CSP. É urgente a contratação de profissionais para assegurar as atividades COVID, devolvendo aos Médicos de Família (MF) tempo fundamental para prestarem cuidados de saúde aos seus utentes, tempo esse que já era insuficiente antes da pandemia devido às listas sobredimensionadas.