Destituição de Francisco Louçã do Conselho de Estado
Para: Presidente da República; Conselho de Estado
O Holodomor aconteceu na Ucrânia no período de 1932-33. O país à altura integrado na União Soviética de Estaline, sofreu uma grave crise de fome provocada pelo confisco forçado pelas autoridades soviéticas de alimentos ao povo ucraniano.
Como consequência desta acção, milhões de pessoas morreram e houve relatos da prática de canibalismo mesmo dentro das próprias famílias num esforço deseperado de sobrevivência.
É uma tragédia pouco conhecida e durante décadas escondida pelo regime soviético.
Em 2019, muitas pessoas tiveram conhecimento desta tragédia ao ouvir o discurso de uma deputada da Assembleia Municipal de Lisboa divulgado nas redes sociais.
No passado dia 26 de Março, no noticiário da Sic Notícias, em que semanalmente o Dr. Francisco Louçã tem um espaço de comentário e análise de temas da actualidade, o referido Dr. Francisco Louçã, membro do Conselho de Estado, utilizou excertos deste discurso, que foram transmitidos no referido noticiário para afirmar que um determinado sector político em Portugal, acreditava e afirmava que os comunistas "comiam criancinhas". Visionados os excertos transmitidos, e apesar de não ter sido
transmitido na íntegra o discurso da deputada da Assembleia Municipal de Lisboa é facilmente perceptível que não é isso que é dito. O comentador Dr Francisco Louçã, afirma que é isso que se ouve no discurso, di-lo com ar de gozo e com sorrisos, e afirma também que é uma prova de que esse
determinado sector político acredita e quer fazer crer que os comunistas "comiam criancinhas". Passa esse vídeo num espaço do seu comentário denominado de Momento Zen.
Pensamos que não é admissível que um conselheiro de estado tenha uma atitude destas publicamente. Que utilize uma tragédia real, que levou à morte milhões de pessoas para fazer chacota e persista com uma mentira. Lembramos também que no nosso país há milhares de emigrantes de origem ucraniana,
e que se trata de um enorme desrespeito, não só da simples verdade, mas também da
memória colectiva de um povo do qual acolhemos muitos mebros no nosso país. Vimos assim exigir a destituição imediata do Dr. Francisco Louçã de membro do Conselho de Estado.
