SALVEM A CASA SYLVIA - ALERTA DE DESPEJO
Para: Organização Cáritas Portugal
Somos um coletivo de jovens trabalhadores de artes diversas que também se viram afetados pela pandemia mundial e a crise da habitação em Lisboa e com dificuldades em encontrar um sítio estável para morar. Estamos todos numa situação precária, vulnerável e de grande fragilidade. Desse modo, sentimo-nos obrigados a encontrar uma solução à nossa falta de condição habitacional e demos vida à Casa Sylvia que segundo as comunidades locais e vizinhas encontra-se abandonada há 20 anos.
Propriedade que pertence a uma Instituição de solidariedade e caridade social — Cáritas Portuguesa, que ao se aperceber da existência de vida e alegria na Casa Sylvia tentou-nos empurrar para a rua.
Nós não queremos sair daqui! O nosso objetivo não é profanar ou vandalizar o imóvel, muito pelo contrário, temos resguardado, protegido, melhorado, mantendo o local limpo e estável para habitar, trabalhar e desenvolver projetos culturais e sociais.
Sentimos que o único interesse da Cáritas Portuguesa é expulsar-nos sem qualquer outra alternativa verdadeiramente sustentável o que vai acabar por nos fragilizar ainda mais e colocar a nossa vida em risco e numa situação de sem abrigo.
Dirigimo-nos à Instituição através de uma carta registada onde nos apresentamos, expomos a nossa situação e o nosso objetivo na Casa Sylvia. Até hoje continuamos sem qualquer resposta ou tentativa de diálogo pela Cáritas.
Toda a história da Cáritas passa pela ajuda responsável e de caráter solidário para com as pessoas em necessidade tal como a organização declara na sua missão , visão e valores, passamos a citar: “ A Cáritas está comprometida com a solidariedade entre todas as pessoas, mas em particular, com os pobres, fomentando a partilha fraterna de pessoas". A Cáritas é um organismo oficial da igreja católica, que segundo ela "luta contra a pobreza que desumaniza e priva as pessoas da sua dignidade.”.
Afirmamos seguros que queremos ficar e cumprir com a bela missão de manter a Casa Sylvia com vida, e se nos for possível desenvolver projetos e outras funções de âmbito social e comunitário, tal como também esperamos que a Cáritas cumpra com a sua missão de nos ajudar.
Vimos por este meio, apelar à comunidade e a todos os que simpatizam ou se identificam com a nossa situação para nos apoiar, numa chance de sermos ouvidos, sem sermos tratados com agressividade, tentando então encontrar um possível acordo com a Cáritas de forma a desenvolver em conjunto um futuro para a casa.
