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Alternativa à Ponte da Lagoncinha

Para: Junta de Freguesia de Lousado, Câmara Municipal de V. N. de Famalicão, Agência Portuguesa do Ambiente, Infraestruturas de Portugal

A Ponte da Lagoncinha em Lousado é um monumento nacional da era do românico que atravessa o rio Ave numa extensão de 120 metros. Localizada na fronteira entre V. N. de Famalicão, Trofa e Santo Tirso é cruzada diariamente por uma enorme quantidade de automóveis tratando-se de um ponto importante de comunicação entre os diversos concelhos, fazendo inclusive parte da rota de Santiago. Deste trânsito excessivo advêm os seguintes problemas:
1. Falta de segurança para quem atravessa a ponte a pé – com menos de 3 metros de largura não existe espaço para o atravessamento seguro de um veículo e peão em simultâneo colocando este último em risco de colisão com os automóveis;
2. Degradação constante do piso da ponte devido ao trânsito excessivo automóvel numa estrutura histórica que foi concebida séculos antes da existência de veículos motorizados;
3. Tratando-se de uma via de um só sentido regulada por um semáforo, a circulação na ponte é bastante lenta gerando enormes filas de trânsito nas ruas envolventes.

Em Agosto de 2018 o presidente da câmara de V. N. de Famalicão, Paulo Cunha, visitou o local, juntamente com o presidente da junta de freguesia de Lousado, Jorge Ferreira, manifestando interesse na requalificação do meio envolvente, salientando a necessidade da adaptação da ponte para uso exclusivamente pedonal. Contudo até à data este processo continua por avançar, encontrando-se o projeto também dependente da Agência Portuguesa do Ambiente e das Infraestruturas de Portugal.

Deste modo, os cidadãos subscritores desta petição apelam à urgência do início deste processo, exigindo às entidades aqui referidas que tomem as diligências necessárias para:
1. A proibição do trânsito automóvel na ponte, permitindo apenas o atravessamento a peões e ciclistas;
2. A construção de uma nova ponte sobre o rio Ave adequada ao trânsito automóvel, pedonal e ciclável que ligue convenientemente os concelhos de Santo Tirso e V. N. Famalicão, garantindo uma alternativa válida à ponte atual.


Petição criada por:
Afonso João Borges Cabral Cerejeira da Silva
+351 922 235 946


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No dia 15 de Março deste ano foi enviada por escrito uma carta aberta dirigida ao Sr. Presidente da Câmara Municipal de V. N. de Famalicão com o intuito de dar a conhecer esta mesma petição e de sensibilizar as autoridades responsáveis para este problema. O conteúdo da carta encontra-se aqui exposto na íntegra:



Gabinete do Presidente
Município de Vila Nova de Famalicão
Praça Álvaro Marques
4764-502 Vila Nova de Famalicão
**Assunto:** Pedonalização da Ponte da Lagoncinha e estudo de alternativas
**C.c.** Presidente da Junta de Freguesia de Lousado

Exmo. Senhor Dr. Paulo Cunha,
Presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão

O meu nome é Afonso Cerejeira da Silva e sou morador da freguesia de Lousado. Tal como muitos outros munícipes, até ao início do confinamento atravessava diariamente a Ponte da Lagoncinha a pé para me dirigir à estação ferroviária. A estreiteza da ponte (cerca de 3 metros de largura) faz com que a travessia simultânea de um automóvel e de um peão seja problemática, colocando este último em perigo. O espaço é tão limitado que para que este cruzamento ocorra sem nenhuma colisão é necessário que o peão pare por completo e se encoste o máximo possível à borda da ponte. Mesmo assim, devido à velocidade excessiva e falta de destreza de alguns condutores, é relativamente fácil que o retrovisor de um automóvel bata no corpo de um peão. Quando ocorre o atravessamento de veículos mais largos (tratores, máquinas agrícolas, reboques) o pouco espaço que existe para o peão desaparece por completo, obrigando-o a parar o trânsito e a circular no meio da faixa como se de um veículo se tratasse. Trata-se deu uma situação de elevado perigo rodoviário que impossibilita a circulação de pessoas de mobilidade reduzida entre as quais idosos e deficientes motores. Peões que transportem algum objeto de maior dimensão, como por exemplo um carrinho de bebé, um cão pela trela ou um carrinho de mão, vêm também impossibilitada a hipótese de atravessar a ponte em segurança. Tenho também conhecimento de jovens que se vêem obrigados a tirar a mochila das costas e a encostá-la à borda da ponte de tão estreita que esta é.

É com vista a procurar uma solução para este problema que lhe escrevo esta carta aberta, vindo por este meio propor ao Município de Vila Nova de Famalicão as seguintes soluções:

1. *Pedonalização da Ponte da Lagoncinha* -- é necessário remover todo o tipo de trânsito automóvel da ponte não só pelos motivos de segurança expostos anteriormente, mas também para a preservação da mesma. Um automóvel provoca vezes mais desgaste no piso do que um peão ou uma bicicleta[^1] pelo que não é expectável que uma estrutura concebida séculos antes da introdução dos veículos a motor continue a suportar tamanhos níveis de trânsito. A pedonalização da ponte contribuirá também para a valorização do património natural e histórico do meio envolvente, afetando positivamente a qualidade de vida dos munícipes. Por último, trata-se também de uma questão de justiça e democratização do espaço público pois antes da introdução do automóvel, a ponte foi durante séculos atravessada exclusivamente por peões que agora vêem a sua segurança colocada em risco em detrimento da conveniência dada ao automóvel.

2. *Construção de uma ponte alternativa sobre o rio Ave* -- apesar de só possuir um sentido de circulação controlado por dois semáforos e de o piso não ser o melhor para o trânsito automóvel, a ponte é mesmo assim atravessada diariamente por um elevado número de veículos. Isto prova que a ponte está localizada num local estratégico de elevada procura, integrando os trajetos diários de muitas pessoas que procuram um meio de evitar o trânsito excessivo da estrada N14 (Trofa -- Famalicão) ou da N204 (Santo Tirso -- Famalicão). Deste modo, é necessário estudar e analisar locais próximos da Ponte da Lagoncinha onde fosse possível a construção de uma nova alternativa para que, aquando a pedonalização da ponte, os percursos atuais dos automóveis não fossem severamente afetados. A construção de uma nova ponte seria um projeto de interesse intermunicipal pelo que faria sentido um desenvolvimento e financiamento conjunto dos 3 municípios (Trofa, Santo Tirso e Vila Nova de Famalicão). Por último, e de forma a preparar um futuro de mobilidade mais suave, é importante que a nova ponte, para além de permitir o trânsito automóvel nos dois sentidos, permita o atravessamento seguro de peões e bicicletas, devendo assim ser constituída por passeios e ciclovias de ambos os lados da faixa de rodagem.

No dia 27 de Fevereiro deste ano lancei uma petição pública online com o intuito de sensibilizar a população para este problema e de utilizar os meios democráticos existentes para o resolver. Contando já com mais de 150 assinaturas, esta petição (que envio juntamente com esta carta) foi inclusive divulgada por alguns meios de comunicação locais (Famatv, Opinião Pública e Cidade Hoje) o que demonstra a existência de vontade popular de pedonalizar a Ponte da Lagoncinha e de estudar alternativas ao seu trajeto. Publicarei também esta carta na página *web* da petição pública de forma a garantir a transparência para com todos os assinantes da petição.

Encontrando-se as eleições autárquicas agendadas para o final deste ano, a confirmação do início deste projeto seria uma prova de confiança e plenitude democrática por parte da autarquia. O problema aqui exposto já é conhecido há décadas e a população concorda unanimemente na
necessidade de uma solução.

Após a exposição detalhada deste problema, fico então a aguardar a sua resposta, agradecendo desde já a atenção dispensada e informando que me encontro disponível para colaborar com a autarquia na procura de soluções e na concretização deste projeto.

Com os melhores cumprimentos,

Afonso Silva


[^1]: Colville-Andersen, Mikael. Copenhagenize: the definitive guide to global bicycle urbanism. Island Press, 2018.
  1. Actualização #6 Intervenção na Assembleia Municipal

    Criado em 1 de janeiro de 2022

    No dia 06 de Dezembro de 2021 participei na Assembleia Municipal de V. N. Famalicão onde expus a situação atual da Ponte da Lagoncinha. O vídeo encontra-se disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=AjTMjmRVurc&t=12020s Abaixo encontra-se a transcrição da minha intervenção: ----------------------------------------------- A Ponte da Lagoncinha em Lousado encontra-se numa localização estratégica unindo os concelhos da Trofa, Santo Tirso e Famalicão. Classificada como "Monumento Nacional" desde 1943  sempre serviu de travessia essencial entre as duas margens do rio Ave, tendo inclusive sido atravessada pelas tropas do Marechal *Soult* durante as invasões francesas de 1809. Desde há 10 anos que também eu a atravesso quase diariamente - a pé, de bicicleta ou de automóvel tendo vindo a observar uma degradação da segurança pedonal e um trânsito cada vez mais excessivo. A ponte é medieval tendo sido construída no século XII, 800 anos antes da invenção do automóvel e como tal não foi projetada para a travessia de veículos pesados, que causam 16.000 vezes mais desgaste no piso que um peão. O seu tabuleiro com 3.5 metros de largura possui espaço suficiente para o trânsito pedonal e ciclável, contudo este é insuficiente para a convivência segura entre peões e automóveis. Quando os carros a atravessam, quem vai a pé é empurrado para o lado, tendo de se encostar à borda da ponte para não ser atingido pelos mesmos. Quem transporta mochilas, sacos ou malas tem de as segurar por cima da cabeça para libertar espaço para a passagem dos carros. Levar um carrinho de mão, ou um cão pela trela é um esforço inglório, mas maior esforço, se não mesmo impossibilidade é o transporte de um bebé num carrinho ou uma cadeira de rodas. Para quem conduz a situação também é complicada. Filas com mais de 600m a partir do semáforo são o normal nas horas de ponta, prejudicando a tranquilidade dos moradores da zona que têm de ouvir o ruído incessante dos motores. Alguns condutores atravessam no vermelho chegando a meio da ponte e tendo de voltar para trás, aumentando ainda mais o caos rodoviário. Outros veículos de maior dimensão não respeitam os limitadores de altura da ponte por vezes danificando os mesmos. Como é que chegamos a esta situação tão caótica em que um monumento histórico numa freguesia tão pequena como Lousado se tornou num dos principais eixos rodoviários que coloca os peões em constante perigo? A resposta é surpreendentemente simples: herdámos décadas de primazia dada ao transporte automóvel individual, em detrimento da mobilidade suave e coletiva. Até ao momento em que os carros começaram a atravessar a ponte não existia perigo algum. Não eram necessários semáforos, sinais, limitadores de altura, e os moradores nunca se tiveram de preocupar com o ruído das buzinas nem com a poluição causada pelos fumos dos escapes. Contudo ao longo das décadas o carro tornou-se essencial exigindo uma fatia cada vez maior do espaço público, chegando inclusive a ocupar o espaço de monumentos históricos, como aqui podemos observar. O crescimento de Famalicão e dos concelhos vizinhos aumentou exponencialmente os movimentos pendulares que dependem da travessia do Ave, levando à situação insustentável da N14, que por sua vez agrava o trânsito da Ponte da Lagoncinha. A falta de alternativas de transporte público e ciclável de qualidade induz-nos numa espiral de dependência automóvel, piorando o trânsito, a segurança e a qualidade de vida de todos nós. Felizmente existe uma solução para este problema se existir coragem política para tal. Primeiro, é preciso desincentivar a utilização do automóvel no concelho através da melhoria dos transportes públicos e implementação de redes pedonais e cicláveis de qualidade. Segundo, a Ponte da Lagoncinha deve se tornar apenas pedonal, como sempre foi até ao século passado, devendo por isso os automóveis utilizar uma alternativa. Há quase 20 anos que esta vem sido discutida, e uma possibilidade será a nova ponte da variante à N14. Outra travessia automóvel já existente consiste no viaduto da A3 entre Santo Tirso e Famalicão a 1km de distância. A Ponte de Ferro entre a Trofa e Lousado providencia também uma alternativa ferroviária válida. O mais importante é mudar a forma como pensamos a mobilidade e em vez de nos questionarmos, "quantos carros consegue esta estrada transportar", questionarmos "quantas pessoas consegue esta estrada transportar". Felizmente, Famalicão já começa a dar os primeiros passos na direção certa. Mas é preciso fazer mais. Foi por isso que em Fevereiro deste ano, em plena pandemia, ao poder vivenciar pela primeira vez a Ponte da Lagoncinha sem trânsito, criei uma petição pública online que visa a sua pedonalização e estudo de alternativas. A petição já conta com 545 assinaturas e deu origem a publicações em vários meios de comunicação como o Jornal de Notícias e o Porto Canal, e estou bastante agradecido a todos aqueles que contribuíram para o seu sucesso. Tenho 25 anos e durante toda a minha vida a solução para este problema tem sido uma constante promessa eleitoral. Está na altura de pôr mãos à obra e de a concretizar, e espero que este novo ciclo político que aqui começa com o novo executivo coloque este tema na agenda. Para concluir peço o esclarecimento das seguintes questões: 1. Em Outubro deste ano, o Dr. Mário Passos reuniu-se com o deputado do PSD, Dr. Jorge Paulo Oliveira para debater a Variante à EN14 e a Ponte da Lagoncinha. O que é que foi discutido nesta reunião e que *outputs* surgiram da mesma? 2. Em Agosto de 2018 visitou o local juntamente com o Dr. Paulo Cunha, manifestando o desejo de tornar Ponte da Lagoncinha pedonal e valorizar a zona envolvente. Passados mais de 3 anos qual é o progresso deste projeto e que limitações têm dificultado a implementação do mesmo? 3. Existem dados ou estimativas do número de veículos que atravessam diariamente a ponte? Seria possível colocar um sensor de movimento à entrada da ponte para obter estes dados? Muito obrigado pela vossa disponibilidade de hoje e reitero que me encontro disponível para dar o meu contributo na resolução deste problema.

  2. Actualização #5 Reportagem no Porto Canal 01/04/2021

    Criado em 2 de abril de 2021

    O Porto Canal transmitiu uma notícia sobre esta mesma petição no dia 01 de Abrild e 2021. Podem consultá-la aqui: https://portocanal.sapo.pt/noticia/259423

  3. Actualização #4 Publicação no Jornal de Notícias 25/03/2021 p.~25

    Criado em 26 de março de 2021

    População reivindica alternativa a ponte antiga e estreita. São milhares os carros que diariamente cruzam travessia, em Ribeirão, Famalicão, e que é monumento nacional. O encerramento ao trânsito da ponte da Lagoncinha, em Lousado, Famalicão, e a construção de uma nova alternativa é uma reivindicação antiga, mas ainda sem solução. Classificada como monumento nacional, a travessia integra a Rota do Românico e une duas zonas da freguesia de Lousado, liga aos concelhos de Santo Tirso e da Trofa. É uma ligação mais rápida e mais curta que muitos procuram, tal como Agostinho Maia, que circula pela Lagoncinha como alternativa para se deslocar de Santo Tirso para Ribeirão. "Se não for por aqui, dou uma volta maior, pela Trofa, e apanho muito mais trânsito", diz, enquanto aguarda a vez de passar a ponte, cujo atravessamento é regulado por um semáforo. Por isso, quando o vermelho acende, formam-se grandes filas de trânsito. Esse aspeto, aliado à "falta de segurança" para quem passa a ponte a pé, são argumentos que constam da petição online lançada por Afonso Silva, morador na zona. O documento pede a proibição do trânsito na ponte e a construção de uma nova passagem "adequada ao trânsito automóvel, pedonal e ciclável” que seja alternativa à atual. "Atravesso a ponte a pé para ir para a estação diariamente e, se levar uma mochila maior, tenho de a desviar dos carros, e já não é a primeira vez que sou atingido por retrovisores", conta. O presidente da Câmara de Famalicão, Paulo Cunha, diz que tem "sensibilizado a Infraestruturas de Portugal e o Governo para a necessidade de uma alternativa". Mas, acrescenta que, para já, "não há sequer uma promessa". O autarca nota que a primeira variante à EN14 apresentada contemplava uma alternativa à Lagoncinha e uma ligação a Ribeirão, mas na que está atualmente em construção não estão acauteladas. Alexandra Lopes [email protected]

  4. Actualização #3 Publicação no jornal Cidade Hoje

    Criado em 1 de março de 2021

    O jornal "Cidade Hoje" publicou hoje uma notícia que refere esta petição. O artigo pode ser consultado no seguinte link: https://cidadehoje.pt/famalicao-peticao-para-tornar-ponte-da-lagoncinha-apenas-pedonal/

  5. Actualização #2 Publicação no site do Famatv

    Criado em 28 de fevereiro de 2021

    O site do Famatv publicou hoje também um artigo mencionando esta petição que pode ser consultado aqui: https://famatv.pt/famalicao/02/28/famalicao-lancada-peticao-online-que-pede-alternativa-a-ponte-da-lagoncinha/

  6. Actualização #1 Publicação no semanário regional "Opinião Pública"

    Criado em 28 de fevereiro de 2021

    O semanário regional "Opinião Pública" publicou hoje uma notícia a respeito desta mesma petição pública. Podem consultar o artigo aqui: https://opiniao-publica.pt/famalicao/02/28/grupo-de-cidadaos-lanca-peticao-para-exigir-alternativa-a-ponte-da-lagoncinha/




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Esta petição foi criada em 27 fevereiro 2021
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