Permitir a prática das atividades imobiliárias sob marcação
Para: Conselho de Ministros; Assembleia da República; Primeiro Ministro
É urgente permitir que as empresas de mediação imobiliária continuem a fazer o seu trabalho, ainda que mantendo a porta fechada, funcionando sob marcação, garantindo o cumprimento de todas as regras de higiene e segurança.
O acesso à habitação constitui um direito fundamental, constitucionalmente consagrado, essencial aos cidadãos e à sobrevivência do imobiliário.
No imobiliário, o negócio é realizado com pessoas e implica visitas a imóveis. Os meios digitais não são suficientes para ultrapassar este obstáculo, pois ninguém compra uma casa sem a visitar presencialmente.
Como é que comprar um automóvel pode ser considerado mais essencial que a compra ou arrendamento de uma casa? Não é uma questão de uns serem mais ou menos importantes que outros, mas sim de justiça!
Não faz sentido que os peritos avaliadores continuem a fazer avaliações, que os bancos continuem a fazer créditos, que os notários continuem a fazer escrituras, que os proprietários possam, a título particular, vender casas, que os construtores continuem a laborar e até a vender… estão a construir para quem, se a grande força de vendas está parada?
Deixar as imobiliárias de fora da lista de atividades permitidas durante o confinamento, avisando que constitui um verdadeiro convite à mediação ilícita e à celebração de negócios em paralelo.
A acumulação de stock no mercado imobiliário resultará numa desvalorização forçada dos ativos.
Se no primeiro confinamento as empresas conseguiram revelar alguma resiliência e ultrapassar o momento, desta vez será muito difícil as imobiliárias conseguirem sobreviver, uma vez que o fundo de maneio existente foi-se esgotando ao longo do ano de 2020.
Urge a revisão das exceções existentes, de forma a integrarem
a prática das atividades imobiliárias, na medida em que constituem uma das principais forças motrizes para a dinamização económica do país, sendo certo que a sua paralisação trará consequências terríveis para o sector, para a economia e para o emprego!