Encerramento Escolas em Tempo de Covid-19

Exmo. Senhor Primeiro Ministro António Costa e Exmo. Senhor Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa

Venho por esta petição apelar ao vosso consentimento e de reavaliar urgente o encerramento das escolas portuguesas.
Sabemos que atualmente os números registados nos relatórios epidemiológicos têm sido arrasadores, algo nunca antes visto em Portugal desde o início desta pandemia.

Indo ao ponto principal do motivo desta petição realizada, sou um estudante português que frequenta o 10° ano numa escola pública portuguesa. Assisto diariamente nas escolas as medidas que o governo português implementou. Não crítico o governo por ter implementado essas medidas, até porque muitas das vezes o não cumprimento das mesmas medidas deve-se a um reduzido número de pessoas que não cumprem. Tenho assistido diariamente às entrevistas, aos balanços diários, e a todas as discussões realizadas entre governo e peritos. Após ter observado várias vezes o que se passa diariamente na televisão portuguesa decidi criar esta petição.

1. Não podemos encerrar as escolas porque o número de infeção nas escolas é reduzido?
2. Nem todos os alunos tem possibilidades para ser possível o ensino á distância?
3. Os país de muitos desses alunos não tem possibilidade de ficar com eles ou alguém para cuidar deles nesse tempo?
4. As medidas adotadas nas escolas tão a ter efeito?

1. Segundo os relatórios epidemiológicos desde o início da pandemia Covid-19, está apresentado no relatório cerca de 72.000 casos registados de cidadãos nas faixas etárias dos 0-19, sabendo que a escolaridade em Portugal inicia-se aos 6 anos. Existe uma prioridade máxima de encerrar escolas secundárias e do 3° ciclo (ou seja a cima dos 12 anos tal com foi proposto ao longo dos dias anteriores á implementação do novo confinamento). Não digo que é necessário encerrar escolas só para não ter aulas, como muitos alunos querem. Digo para encerrar as escolas porque a saúde dos nossos estudantes e de todos os cidadãos está em primeiro! Existe alguns vídeos na internet onde é possível observar ajuntamentos de jovens, e alguns deles menores. Como é possível escolas serem seguras onde existe numa turma 20 a 30 alunos que cada um deles está em contacto com um número incalculável de pessoas diariamente? Confinar a restante população e deixar os estudantes andar pelas escolas e transportes públicos? Penso que a maioria dos estudantes portugueses têm em casa familiares de risco.

2. Quanto ao problema de nem todos os alunos portugueses possuírem possibilidades de ter ensino á distância. No confinamento geral iniciado em março do ano 2020, houve várias notícias pelas mídias de que o governo ajudou os alunos mais necessitados com computadores e entre outros dispositivos. E penso que este ano com o orçamento de estado de 2021 onde a maioria desse orçamento de estado está a ser utilizado para a saúde, nomeadamente para o combate á pandemia Covid-19, com certeza que existiria na mesma alguma parte do orçamento de estado de 2021 para investir na educação e neste aspeto de distribuir recursos para um ensino á distância.

3. Quanto a este tema, sabemos que Portugal entra em um confinamento geral às 00:00 horas do dia 15 de Janeiro de 2021. Muitos pais irão ficar em casa cumprindo o confinamento obrigatório imposto, sei também que há país que trabalham na área da saúde, forças de segurança,... E quanto a esses casos iremos nos pronunciar mais á frente. Uma vez que os pais que têm de ficar em casa para cumprir o confinamento obrigatório e que irão se encontrar em teletrabalho penso que poderão também ficar com os filhos, e uma vez que se coloca em causa o encerramento das escolas do 3° ciclo, secundário, e se for mesmo necessário universidades, esses alunos já têm capacidade para ficar sozinhos em casa se for necessário e caso não possam ficar com alguém, pois com essa faixa etária já é suposto terem autonomia. Quanto á situação colocada dos pais que exerçam funções necessárias ao bem estar e segurança da população, o governo deveria adotar alguma estratégia para deixar os filhos desses país em causa, permanecer na escola durante o dia acompanhando na mesma as aulas por computador nas salas de aula. Sei também que muitos dos alunos e alunas de Portugal carenciados, têm por vezes como única refeição diária o almoço proporcionado nas escolas, o que seria de extrema importância os alunos mais carenciados ter acesso á alimentação existente nas escolas, não deixando de funcionar os refeitórios.

4. Quanto às medidas adotadas nas escolas, no meu ponto de vista e de alguns alunos de todo o país e ilhas onde nos empenhamos a recolher dados, conseguimos apurar que na maioria das escolas as medidas tão a ter efeito, mas existe uma irresponsabilidade de alguma minoria dos estudantes. Muitos deram a entender que na hora de almoço conseguem muitas vezes ver que a distância estabelecida nas mesas do refeitório não é suficiente! Sabemos também que alguns alunos quando saírem para fora da escola adotam comportamentos de risco, e que depois mais tarde vão colocar em risco os seus colegas e familiares. Aumentando assim o número de infeções em Portugal.

5. Um facto bastante contraditório está a ocorrer de momento é o de encerrarem establecimentos comerciais onde raramente passa alguém, por vezes nos centros históricos de cidades pequenas uma loja poderá ter apenas 5 clientes por dia, enquanto escolas em que cada aluno contacta com cerca de 20 a 50 pessoas por dia estão abertas. Percebo que o governo valorize a educação, mas a educação não pode estar acima da vida, especialmente quando há atualmente meios para haver ensino à distância. Para o caso dos alunos não conseguirem frequentar estes métodos de ensino à distância, podiam-se realizar aulas mais reduzidas exclusivamente para estes alunos, o que não seria difícil para disciplinas mais gerais e que poderia ser colmatado com aulas de 2 disciplinas em simultâneo de 5-10 alunos para disciplinas mais específicas, no caso de um professor ter a capacidade para dar as 2. Há várias maneiras de colmatar as falhas do ensino à distância, mas não de salvar os idosos e adultos que possam estar em risco e que vivam com os seus netos e filhos jovens, que se vêm obrigados a frequentar a escola sem poderem se proteger de forma efetiva enquanto 0,1% da população testa positivo todos os dias para esta doença gravíssima, que já matou milhares de pessoas. A educação presencial pode pausar momentaneamente e voltar, mas a vida não.

Peço então por este meio ao apelo das entidades referidas no início para reavaliarem o encerramento das escolas o mais urgente possível! Pela saúde de todos nós e do nosso futuro que são os estudantes!

Atenciosamente
Alunos das escolas portuguesas

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