Não à destruição da Calçada Portuguesa em Lisboa
Para: Sociedade civil e a todas as entidades de defesa e preservação do património cultural
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Existem formas de tornar a calçada portuguesa num pavimento mais confortável, aplicando pedras anti-derrapantes. Acabar com a calçada portuguesa em Lisboa, vai certamente descaracterizar a cidade de uma sublime arte única no mundo que se encontra aos nossos pés e que reflecte o brilho da luz natural no nosso olhar.
Fonte: http://www.ionline.pt/artigos/portugal/lisboa-so-zonas-turisticas-vao-ficar-calcada-portuguesa
"Câmara já arrancou com o estudo para substituir a calçada por pavimento "mais acessível" aos idosos, mas garante que nas zonas históricas fica tudo como está
As pedras da calçada estão a desaparecer no bairro do Sacramento em Lisboa. É só o início de uma mudança ainda maior que está para breve. Substituir o piso de uma boa parte dos passeios da capital é uma promessa eleitoral que o presidente da câmara, António Costa, promete agora cumprir. A "fase de estudo" já arrancou e o objectivo da autarquia é encontrar as soluções mais adequadas para trocar a tradicional calçada portuguesa.
A mudança nunca será pacífica, já que haverá sempre alguém disposto a defender uma "marca lisboeta única", como Nuno Alvarenga, cozinheiro de 51 anos. A relação dos lisboetas com a calçada, no entanto, ainda é "um misto de amor e desprezo", explica o olisipógrafo Appio Sottomayor: "Se a autarquia decidisse arrancar algumas pedras, não faltaria quem protestasse." A mudança que aí vem, porém, não será radical, assegura fonte do gabinete de António Costa. Para os moradores mais preocupados, o executivo da câmara municipal esclarece que nas zonas turísticas fica tudo como está. A substituição da calçada por outros pavimentos "mais cómodos e acessíveis" servirá para facilitar a deslocação dos idosos e da população com fraca mobilidade.
A questão aqui, contudo, é que a calçada faz parte do quotidiano dos lisboetas. Apesar de perceber que as pedras de calcário e basalto têm alguns inconvenientes para quem usa os passeios, Nuno Alvarenga, que vive na Rua de São Bento, tem receio que a "marca identitária desapareça da cidade". Appio Sottomayor é mais uma voz a favor da calçada portuguesa. E avisa já que o carro tem sido o seu principal inimigo: "Sua majestade o automóvel tem prioridade sobre tudo." O especialista em história da cidade de Lisboa vai mais longe e deixa um alerta: "Com o pára-arranca e o peso dos carros sobre os passeios, as pedras soltam-se rapidamente e os desenhos desfazem-se num instante. O que é uma pena."
CALCETEIROS Não é só a calçada lisboeta que está em risco. A formação de calceteiros também está a ser afectada com os tempos de austeridade. As autarquias investem cada vez menos em novas empreitadas, conta o calceteiro Miguel Gouveia. " (...)