Salvaguarda do Interesse Patrimonial Portugûês no respeitante a Obras de Juan Miró

Considerando o parco património português, quer a nível particular, quer a nível estatal, no âmbito da Arte Moderna e Contemporânea Ocidental, carece de razoabilidade a anunciada venda de obras presumidas de elevada qualidade, do artista catalão Juan Miró, adquiridas pelo Estado Português nas sequelas do caso BPN.
Uma definição proactiva dos deveres e responsabilidades do Estado Português na formação e informação cultural dos cidadãos, é algo cuja importância não carece de demonstração.
Entende-se que o Estado necessite de liquidez, menos se entende, que a falta de uma política cultural de divulgação eficaz do nosso património (e a generalidade das Obras referidas, já o integram), de captação nacional e internacional de novos públicos (até no âmbito do chamado turismo Cultural, como de resto acontece nos restantes países europeus) parece justificar uma atuação diferente da anunciada publicamente.
Assim, sustenta-se:
primeiro - imediata suspensão do propósito de venda internacional das citadas Obras.
segundo - constituição de uma Comissão englobando: Presidente do Centro Cultural de Belém; Presidente da Fundação de Serralves; Professor Doutor José Augusto França; Diretor do Museu do Chiado; representante da AICA Internacional; um representante da Assembleia da República - de modo a salvaguardar as melhores peças para o Estado Português.
terceiro - organização imediata de uma exposição global das peças no CCB - Centro Cultural de Belém e na Fundação de Serralves, devidamente tratada, assumindo-se este património com a elevada importância, que de facto possui.
quarto - divulgação permanente das citadas Obras no âmbito dos Museus Nacionais.

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