Petição contra a realização da Garraiada da semana Académica de Évora
Para: AAUE | Associação Académica da Universidade de Évora e ao Ex.mo Sr. Reitor da Universidade de Évora
Ex.mo Sr. Reitor da Universidade de Évora,
"A garraiada académica é apresentada como um evento tauromáquico de convívio, gargalhadas e representação de coragem. Reunindo os estudantes da república portuguesa, ora na praça, ora na arena improvisada onde perseguem, agarram e atormentam um garraio (pequeno touro jovem) indefeso, com os cornos serrados, para divertimento dos que assistem.
Da violência inerente à garraiada resultam frequentemente lesões, fracturas e/ou crises de ansiedade que podem levar o garraio à morte.
Esconde-se por detrás do divertimento e das cervejas frescas, o abuso, e esquecem-se os fundamentos éticos em que a Universidade assenta, que ironicamente tem cursos que lidam com animais com o propósito de lhes fazer o bem.
Nos termos da Lei n.º 92/95 da Protecção dos animais, a Assembleia da República decreta, nos termos dos artigos 164.º, alínea d), e 169.º, n.º 3, da Constituição, o seguinte:
“1 - São proibidas todas as violências injustificadas contra animais, considerando-se como tais os actos consistentes, sem necessidade, se infligir a morte, o sofrimento cruel e prolongado ou graves lesões a um animal.
3 - São também proibidos os actos consistentes em:
e) Utilizar animais para fins didácticos, de treino, filmagens, exibições, publicidade ou actividades semelhantes, na medida em que daí resultem para eles dor ou sofrimentos consideráveis, salvo experiência científica de comprovada necessidade;”
Este movimento reivindica um ambiente académico anti violência contra todos os seres vivos. Procurando promover ao mesmo tempo o real ambiente académico de conhecimento, aprendizagem, cultura progresso e, acima de tudo, de civilidade.
É com esperança de se encontrar uma alternativa que vá ao encontro de valores morais e éticos leccionados na Universidade de Évora que os/as subscritores/as desta petição apelam ao Ex.mo Senhor Reitor da Universidade de Évora e Ex.mos membros da Associação Académica da Universidade de Évora para que se acabe com a prática cruel da garraiada e que se incite o pensamento crítico e o respeito pelos animais. Propondo também aos estudantes e demais pessoas para que não colaborem com a manutenção de tão vergonhoso “divertimento”e espectáculo de violência medieval."
«Quando é que o respeito pelos animais entra no currículo de todos os níveis de ensino e de todos os cidadãos? Quando é que os estudantes vão compreender que torturar animais é incompatível com o sentido superior da cultura, que é o de cultivar não só o intelecto, mas também a consciência ética? Quando é que Portugal desperta?»