Petição contra o abate de mais de 64 mil azinheiras e a procura de alternativas viáveis para a construção de um gasoduto entre Mangualde e Celorico da Beira.
Para: Assembleia da República; Governo; Presidente da República;
O Governo autorizou a 10 de Janeiro de 2013 a REN (Rede Energética Nacional) a abater milhares de azinheiras para construir um gasoduto. A obra é considerada de “imprescindível interesse público”, pelo que um despacho do secretário de Estado da Energia autoriza o abate de 64.500 azinheiras e 20 sobreiros numa área de cinco hectares e meio. Para compensar, a REN vai plantar novas azinheiras numa área equivalente junto à Serra da Estrela. A decisão tomada trará inevitavelmente enormes danos ecológicos, sociais e económicos à região da Beira Interior. A Azinheira é uma espécie arbórea associada a condições de secura, que começou a regredir sensivelmente a partir da década de 70, particularmente nas regiões do interior onde a sua implantação era mais significativa. A longevidade de uma azinheira costuma ultrapassar os 300 anos, podendo chegar excepcionalmente aos 1000, o que reflecte a insustentabilidade ecológica e ambiental na decisão tomada, não é possível "transportar" 64.500 azinheiras e 20 sobreiros de um lado para o outro sem enormes consequências ecológicas e sociais, dado o crescimento destas árvores demorar décadas, bem como todo um conjunto de interações biológicas que se estabelecem e caracterizam a biodiversidade e sustentabilidade da região e das suas populações. Solicita-se o estudo de alternativas económicas e ambientais para o trajecto do gasoduto entre Mangualde e Celorico da Beira, e preservar as 64.500 azinheiras e 20 sobreiros que fazem parte do Património florestal português de imprescindível interesse público.