Petição Pagamento de salário à semana!
Para: Assembleia da República, UGT- União Geral de Trabalhadores, CGTP - Confederação Geral de Trabalhadores Portugueses
Pagamento de salário à semana
A decisão deste governo em diluir o pagamento do chamado 13º mês em duodécimos, despertou os portugueses para a realidade que tem vindo a ser mistificada e que urge desmascarar.
Contando os dias que um ano comporta ficámos a saber que este tem , ora 365 ora 366 dias. Mas fixemo-nos nos 365. Dividindo 365 dias por 7, que é o número de dias que tem uma semana, verifica-se que o ano tem 52 semanas e uns trocos. E dividindo estas 52 semanas por 4, que são as semanas que atribuímos a um mês, temos o resultado de 13 meses que, de facto, o ano tem.
Não é verdade, portanto, que o ano civil tenha (4x 12) 48 semanas, como decorre da opinião divulgada e aceite por quase toda a gente.
Quer isto dizer que nós portugueses trabalhando, de facto, 52 semanas por ano, só recebemos o correspondente a 48 semanas (4x12). E o que é feito das outras quatro?
Nas outras quatro semanas e durante um ano fica o produto do nosso trabalho a capitalizar nos bolsos do patrão
O 13º mês não é mais, pois, do que o resultado, ao fim do ano, da desigualdade dos meses. Há-os de 28, de 29, de 30 e de 31 dia, havendo até alguns com 5 semanas, como se sabe.
Contas feitas fica portanto um mês inteirinho ao fim do ano, o qual e com o pagamento mensal, desaparece pura e simplesmente.
Estrategicamente retido durante o ano, dinheiro que, de facto, já é do trabalhador, é promovido a piedoso subsídio que “ paternalmente” nos “concedem”, com a bênção do governo para nos aquecer o Natal! Mas não é subsídio nem prenda!
Aqueles dias somados perfazem um mês, que pertencendo ao ano de 365 dias, não tem, incompreensivelmente, merecido nome condigno no calendário em vigor, o que tem permitido os mais variados abusos como este que aqui se denuncia. Chamaram-lhe 13º.
Não se deve este artifício financeiro ao 25 de Abril. Herdámo-lo, sim, de um decreto de 1972 promulgado por Marcelo Caetano e que os sindicatos, no exercício das funções para que foram eleitos, já deveriam ter desmistificado! Os trabalhadores portugueses mereciam-no desde então!
A não ser assim e a permitir-se que se leve por diante a continuação desta mistificação absurda, o 13º mês conforme imposição de Passos Coelho, será pago em duodécimos em 2013 ,extinguindo-se o seu pagamento no ano seguinte, pois que a sua retenção deixar-se-á de fazer. E, em definitivo, lá se vai um mês de trabalho para os patrões.
Há pois que exigir do governo alterações na legislação laboral para se começar a pagar à semana a quem trabalha.
Com a certeza de que, desta forma, as 52 semanas que trabalhámos durante o ano serão pagas.
Tal como os ingleses que de tal não abdicam.