Petição para a banca parar de lucrar com a dívida pública
Para: Assembleia da república
No último leilão do Banco Central Europeu, a banca portuguesa pediu emprestados quase 8.8 mil milhões € com uma taxa de juro de 1%. Nos dois meses que se seguiram os bancos investiram 6.3 mil milhões € em títulos de dívida pública nacional a taxas diferenciadas que, consoante os prazos, atingiam os 15%. (Esquerda.net de 26-10-2012).
O Santander Totta tem uma carteira de dívida pública que agrega 1.6 mil milhões € de dívida pública portuguesa e mil milhões € de dívida Espanhola. (RTP.pt de 25-10-2012). Calculando o lucro que o Santander Totta irá ter com essa carteira de dívida mas tendo somente em conta os títulos de dívida pública nacional, a uma taxa de juro de apenas 5% chegamos à conclusão que o Santander Totta irá ter um lucro de 800 milhões €.
Tendo o BCE o poder de criar dinheiro e de o emprestar a uma taxa de juro de 1%, não é justo que os países (entidades públicas) tenham que o pedir emprestado aos bancos (entidades privadas) a taxas superiores, sobretudo nestes tempos de crise.
Com esta petição pretende-se que sejam debatidas e propostas alterações aos estatutos e ao modo de operar do BCE com o intuito dos países da União Europeia usufruírem de taxas de juro idênticas às que são praticadas com os bancos privados.
A banca privada lucra às custas do Estado e de todos nós nesta compra e venda de dinheiro. Para adensar ainda mais esta situação lidamos com as nacionalizações das dívidas de bancos falidos. Perante estes factos o BCE não pode continuar a alimentar este sistema bancário que a maioria das pessoas desconhece.
Citando a Eurodeputada Marisa Matias “o que nos parece inaceitável é que o BCE possa emprestar dinheiro à banca e que os países sob a intervenção da troika não possam beneficiar destes empréstimos devido às limitações do memorando de entendimento.”