Petição Restauro da "Casa do Leão" (1889) - Edifício do Club da antiga "Companhia de Vidros da Amora"
Para: Câmara Municipal do Seixal
A freguesia da Amora começa a sentir os efeitos da máquina a vapor a partir da segunda metade do séc. XIX. O desenvolvimento industrial e todos os movimentos que lhe estavam ligados, bem como a existência em 1862 de uma fábrica de moagem e descasque de arroz e a implantação em 1888 da Companhia de Vidros de Amora, na Quinta dos Lobatos, que foi a primeira unidade do género (no fabrico de garrafões) a existir em toda a Península Ibérica, são responsáveis pelo nascimento de uma consciência social e associativa que não mais parou até aos nossos dias. Junto da fábrica nasceu um bairro operário (parte dele, ainda hoje existente), cujos habitantes eram, muitos deles, de origem inglesa, mas devido ao “Ultimatum” foram repatriados e substituídos por operários alemães. Nesse bairro existia uma "...casa onde os operários se reúnem: uma espécie de club, com leituras, jogos, etc", in "Occidente - Revista Illustrada de Portugal e do Extrangeiro", nº 475 de 1 de Março de 1892, edifício ainda existente, embora em estado avançado de degradação e conhecido como a "Casa do Leão". O tempo passa e o edifício, memória colectiva de uma população onde a presença da indústria marcou vincadamente várias gerações, permanece ao abandono.
Pretende-se com esta petição promover o restauro que à muito lhe é merecidamente devido e devolve-lo aos habitantes da Cidade de Amora em particular, muitos dos quais são descendentes de trabalhadores da "Companhia de Vidros da Amora" e aos Portugueses em geral, com vista a ser utilizado para fins culturais, sociais ou de lazer.